SÁBADOS E DOMINGOS |
Wilson Luques Costa |
Dedico aos meus amigos de infância
SÁBADOS E DOMINGOS
eu gostava do cinto ´lee´
à frente o número 97 as janelas estilhaçadas pela dente de leite
embaixadas malfeitas e mal articuladas
na ausência da bola porque sempre murchava ou sempre furava ferro enferrujado
quase um/umbigo próximo ao bico íamos jogar sete e meio e/ou tômbola
casa de dona cida perdia quase toda a minha economia não sobrava para nada nem para alguma folia
mas a folia era ali mesmo fogueira ao relento uma batata assada
eu e todos os meus camaradas
lá pelas onze no máximo meia-noite vestia-me como um monge
nem esperava a mãe gritar de longe
o universo era ali mesmo certa vez fiz ´cinquina´ noites perdi feio adorávamos o pipoqueiro de domingo
sentavam-nos no muro
as janelas estilhaçadas à nossa frente o universo eu e os meus camaradas.
|
Biografia: Wilson Luques Costa nasceu em São Paulo, SP, Brasil. Jornalista, professor, poeta e escritor. Eleito pela Academia Internacional de Literatura Brasileira - NY um dos Top Five nos Destaques Literários Awards Focus Brasil NY na Categoria Ensino e Pesquisa com o ensaio O Paradoxo do Zero. |
Número de vezes que este texto foi lido: 59421 |
Outros títulos do mesmo autor
Publicações de número 1 até 10 de um total de 29.
|