Após acirrada apuração foram conhecidos os dois candidatos que passaram para o 2º turno na cidade de São Paulo em 2024: Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Nunes passou com 29,48% dos votos e Boulos com 29,07% não ficando distante de Pablo Marçal que obteve 28,14% estando este fora da disputa. Foi uma eleição de 1º turno muito acirrada e definida após os 99% de apuração. Chamou a atenção o número de abstenções que passou dos 2,5 milhões de pessoas, exatamente 2.548.857 (27,34% dos eleitores) superando o número de votos do primeiro colocado que foi de 1.801.139 votos. Brancos foram 241.734 (3,57%) e nulos 422.802 (6,24%). Esta eleição mostrou alguns pontos que precisam ser destacados:
1.Datena errou ao candidatar-se.
2.Tabata tem capital político visando novas eleições.
3.Direita e Extrema-direita muito próximas.
4.PL e PSD em alta.
5.PSDB quase morto na cidade de São Paulo.
6.PT ressurgindo na Câmara Municipal.
7.Mídias sociais afetando bem mais as eleições.
8.Convenções partidárias ruins.
9.Extremismo visível e crescente.
O resumo disto é a manutenção do atual Prefeito com a chegada direta de políticas de extrema-direita em terras paulistanas. Boulos terá que achar um fato novo e gravíssimo contra Nunes, mexendo diretamente no cenário atual, coisa que acho difícil pois terá que tirar votos da extrema-direita solidificada em Marçal e contar com alta presença de votantes em 27 de Outubro, ou seja, captar boa parte dos 27,34% daquelas pessoas que abstiveram. Não é tarefa fácil.
A única coisa positiva da candidatura de Pablo Marçal foi a constatação mais sólida que há muitos extremistas na cidade de São Paulo ratificando o ocorrido em eleições anteriores. Certamente, o bolsonarismo terá terreno forte e fértil para explorar até 2026. Isto é preocupante. As lições aprendidas com políticas de extrema-direita em tempos passados não foram absorvidas nas mentes paulistanas. Uma pena.
Nota-se também a utilização do processo eleitoral brasileiro servindo de trampolim para objetivos da extrema-direita que está abocanhando espaço pela direita conservadora. Veremos em 2026 este ápice. Quem vê a candidatura de Pablo Marçal visando a Presidência poderá frustrar-se pois a concorrência será pesada com Fernando Haddad, Tarcísio de Freitas e Eduardo Paes como nomes fortes para citar alguns.
Voltando para o 2º turno aqui na cidade de São Paulo, percebemos que não há muitos eleitores pêndulos, dificultando muito mais a tarefa de Boulos. Há pouco tempo para uma virada, a presença do padrinho Lula só será um passeio diante deste cenário extremista evidenciado graficamente na cidade. Surpreende parte da Zona Leste adentrar a extrema-direita marçolista.
A polarização afetou a composição municipal no país inteiro e isto cheira mal. O ano de 2026 poderá ficar marcado como o início de candidaturas vindas de grupos mais ligados ao extremismo e até tendências para políticas ultraconservadoras com farto apoio militar. Precisamos reler as lições aprendidas. Elas não foram absorvidas. Há muitos lobos com peles de ovelhas.
Salve o Movimento Rosa Branca alemão! Leiam sobre ele.
É isto. Bom trabalho.
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