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ANTÔNIO OLINTO
Tânia Du Bois


          Presto homenagem ao escritor e acadêmico, Antônio Olinto, que morreu aos 90 anos, no Rio de Janeiro, em 12 de setembro de 2009.
     Antônio Olinto é um nome em destaque na literatura brasileira. Falar sobre ele é lembrar as suas reflexões sobre a poesia do modernismo brasileiro; quando expressa que elas podem refletir em diversos ângulos de um analista; “e que podem mudar de janela para abarcar porções mais largas da paisagem”.
     Deixo aqui algumas de suas reflexões, onde destaca a harmonia entre o significado e o significante na poesia:
     “A poesia é a linguagem primeira do homem. Primeira, primária, primeva e primitiva. O poeta vai ao fundo das coisas e recupera a força primitiva da língua”.
     “Que valor tem a poesia? Qual a posição do poeta perante o tempo? As perguntas são velhas... inclusive no efeito prático do poema sobre o homem que o lê”.
     “Uma vez mergulhada na corrente profunda e ampla de seus densos significados, a poesia tem força para ultrapassar medidas, tamanhos e estruturas. Fincada nessa raiz e plantada no presente, a poesia também se nutre do futuro.”
     “Ao tempo... um poema não brota do nada, mas aproveita toda uma tradição cultural, verbalista e pensamental de uma corrente do homem.”
     “Mergulhando na poesia, ou deixando que a poesia mergulhe no mais fundo de si mesma, que o homem se coloca em estado receptivo/ativo, capaz de surpreender verdades da condição humana.”
     “Poesia não precisa de explicação. Mas é próprio de sua natureza o surgir ideias através das idades.”
     “... fazemos repousar a poesia que o homem engenha, e a crítica e a metacrítica, dirigida a essa poesia.”
     “A percepção do poema com base nesta esperada/inesperada surpresa, termina surgindo como condição indispensável à invenção da verdade que, por momentos, elevem o homem acima de sua contingência.”
     “A muitos vem parecendo que a análise sistemática dos elementos constitutivos da obra de arte – de um poema – pode ser feita com base em qualquer teoria crítica do momento.”
     “Temos necessidade de discutir a poesia. Nos momentos de crise geral, é o poeta quem primeiro percebe o sinal de transformação.”
     “Vivemos tempos eminentemente críticos. Viver em crise é o estado atual da cultura. Cultura que se preza vive em crise. E em mudanças.”
     “Está a poesia brasileira passando por uma fase de muita riqueza, no sentido de que todos os caminhos poéticos são aqui experimentados.”
     “Poesia é, neste País, das coisas mais vivas e mais avançadas que existem... o poeta novo começa a fazer versos e a sacudir a mesmice de estilos. Ou, grande poetas de ontem – então de sempre – rompem sua própria rotina e renovam-se.”
     Antônio Olinto abraçou a literatura e a cultura semeando na nossa paisagem porções mais largas do entendimento poético necessário ao homem como ser.
     Lembrar a sua grandeza pessoal, e a grandiosidade da sua obra, é um prazer. E poder reler, rever e reviver o poeta é constatar o que Antônio Olinto retrata em seu poema a Teoria do Homem:

           “O começo do homem é o fim do homem
             o começo é o fim
             o começo é o homem
             o homem é o fim
             meço o homem pelo fim      
             o fim é a medida
             ...
             o fim é o mito
             o mito é o começo
             o começo do homem é o fim do homem
             o fim do homem é o começo do homem."                          


Biografia:
Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e A Linguagem da Diferença.
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