Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
A Importância do Brincar
Jussara Fátima de Freitas Oliveira1 Morgana Bombana Susin2
Jussara Fátima de Freitas Oliveira

Resumo:
          
Este trabalho tem como por objetivo ampliar os conhecimentos acerca da importância do brincar na Educação Infantil, com o intuito de compreender a relevância no processo de aprendizagem e no desenvolvimento integral da criança. Estudos indicam que o lúdico é a forma mais eficiente, pois é brincando que a criança aprende e se desenvolve em todos os aspectos. Nesse contexto o professor tem papel fundamental, pois é na fase da Educação Infantil que a criança desenvolve suas aprendizagens mais significativas, e que irão acompanhá-la por toda a vida. As brincadeiras podem ser desenvolvidas em vários espaços na sala de aula, sendo que, o tempo de permanência dependerá do interesse e da idade das crianças. A prática pedagógica adequada é fundamental para a Educação Infantil.

Palavras-chave: Brincar; Criança; Aprendizagem; Professor; Educação Infantil. 
 

INTRODUÇÃO 
É por meio do brincar que a criança desenvolve inúmeras habilidades como autoestima, imaginação, criatividade e assim a aprendizagem. Oportunizando a brincadeira com jogos variados o professor está criando um espaço no qual a criança pode se relacionar com o mundo demonstrando seus sentimentos, expressando suas emoções, seus pensamentos, seus desejos e necessidades. O brincar também é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da autonomia e o reconhecimento da própria identidade. Ele também auxilia na socialização em vista que a maioria das brincadeiras exigem conviver em grupo, assim a necessidade de colocar em prática algumas regras de convivência emergem naturalmente. 
A brincadeira não pode ser vista apenas ideia de diversão, de passa tempo, mas sim, como uma ferramenta facilitadora da aprendizagem. A instituição de Educação Infantil que utilizar como recurso pedagógico o brincar, favorecer tanto a criança quanto o professor, pois o brincar é uma atividade natural da criança, assim, esse recurso pode ser de fundamental relevância para o desenvolvimento e o aprendizado, já que proporciona oportunidades de desenvolvimento físico, motor, cognitivo e social. 

 O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL E O PERFIL DO PROFESSOR 
A partir do momento que ludicidade foi vista como a melhor forma das crianças desenvolverem sua aprendizagem e de integrar-se com os outros sujeitos, as escolas de educação infantil passaram a priorizar o brincar. Assim, cabe ao professor estimulá-las e orientá-las para que possam cada vez mais partilhar e adquirir experiências, a fim de oportunizar momentos para que possam construir seu conhecimento. 
O educador deve conhecer e considerar as singularidades das crianças em suas diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias, respeitando suas diferenças e ampliando a socialização. O educador é o mediador entre crianças e objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano (MONTEIRO, 2002). 
Esses aspectos devem ser considerados pelo professor, pois é através do conhecimento de cada criança, que ele poderá intervir e planejar os jogos e as brincadeiras para que cada criança evolua em seu conhecimento e a seu tempo. O professor deve contemplar às necessidades das crianças, ser criativo e flexível sempre que necessário. Para que esse desenvolvimento ocorra de forma prazerosa as salas de aula necessitam estar organizadas de acordo com as brincadeiras e jogos que serão desenvolvidos. O ambiente deve ser agradável, para que a criança se sinta bem no local, portanto esse espaço deve proporcionar várias opções para que a criança possa escolher o que deseja para brincar, dessa forma o professor também contribuirá para o desenvolvimento da autonomia possibilitando a oportunidade de interação com seus pares, com objetos e com o mundo ao qual faz parte, ou seja, as brincadeiras devem envolver e proporcionar prazer as crianças. 
Organizar o cotidiano das crianças da Educação Infantil pressupõe pensar que o estabelecimento de uma sequência básica de atividades diárias é, antes de mais nada, o resultado da leitura que fazemos do nosso grupo de crianças, a partir, principalmente, de suas necessidades. É importante que o educador observe o que as crianças brincam, como estas brincadeiras se desenvolvem, o que mais gostam de fazer, em que espaços preferem ficar, o que lhes chama mais atenção, em que momentos do dia estão mais tranquilos ou mais agitados. Este conhecimento é fundamental para que a estruturação espaço-temporal tenha significado. Ao lado disto, também é importante considerar o contexto sociocultural no qual se insere e a proposta pedagógica da instituição, que deverão lhe dar suporte. (HORN, 2001, p. 67). 
As brincadeiras podem ser desenvolvidas em vários espaços na sala de aula, sendo que, o tempo de permanência dependerá do interesse e da idade das crianças. Alguns espaços que estão entre as preferências das crianças são: da história que pode ser organizado de várias maneiras, como: as crianças sentadas em círculo e cada uma manuseia o seu livro da forma de preferir; ou o professor conta a história baseada nos livros tendo a observação das gravuras como meio desencadeador; fazendo uso de fantoches, com dramatização, entonação de voz; enfim,  cabe a cada professor desenvolver estratégias para cativar as crianças e adaptar a realidade de sua turma; outro espaço é o dos brinquedos diversos, em que ficam à disposição diversos objetos, esses tendo como critério de escolha a faixa etária das crianças, (carrinhos, bonecas, animais, utensílios domésticos, entre outros); também a reprodução de ambientes da casa como: cozinha, quarto, banheiro, sala, entre outros. 
Salienta-se que os espaços devem ser construídos de acordo com as necessidades das crianças, sendo imprescindível estarem adequados a sua faixa etária. Desta forma a criança terá maiores possibilidades de sentir prazer na escola, o que pode facilitar o processo de construção do conhecimento. 
O trabalho com crianças pequenas exige que o professor tenha uma competência polivalente, ou seja, trabalhar com conteúdos de naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos provenientes das diversas áreas do conhecimento. Este caráter polivalente demanda, por sua vez, uma formação bastante ampla do profissional, ou seja, deve ser um eterno aprendiz, refletindo constantemente sobre sua prática, debatendo com seus pares, dialogando com as famílias e a comunidade e buscando informações necessárias para o trabalho que desenvolve. São instrumentos essenciais para a reflexão sobre a prática direta com as crianças a observação, o registro, o planejamento e a avaliação (BRASIL, 1998, p.18) 
Portanto, o professor deve estar preparado para desempenhar esse papel importantíssimo na educação infantil, para isso deve se atualizar constantemente, estar aberto para mudar suas práticas, se necessário. Haja vista que na atualidade as transformações estão acontecendo de forma exponencial, o professor precisa acompanhar essas mudanças, pois as crianças estão chegando na Educação Infantil com uma bagagem de conhecimentos cada vez maior. Isso se deve ao fato dos recursos tecnológicos e as mídias estarem ao alcance da maioria da população e consequentemente das crianças, que através desses recursos obtém informações e conhecimentos cada vez mais precocemente. 
  A escola que promover diversas brincadeiras, será mais agradável, mais prazerosa para as crianças que a frequentam, possibilitando que desenvolvam sua aprendizagem com maior probabilidade de sucesso. 
A maioria das brincadeiras são desenvolvidas em grupo, o que aparentemente proporciona as melhores experiências de socialização entre as crianças, dessa forma aprendem: a respeitar seus limites e os limites do outro; a obedecer regras; a estabelecer acordos sempre que necessário; que seus desejos nem sempre podem ser realizados; que esperar faz parte do jogo; além de, trabalhar a flexibilidade tão necessária nos dias atuais. 
[...]no brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além do seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que ela é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo ele mesmo uma grande fonte de desenvolvimento. (VIGOTSKI, 2007, p.134).
A forma mais eficaz de aprender a brincar é através da imitação, pois, a criança é por natureza uma eximia observadora. Na brincadeira do faz-de-conta ela coloca em vivência suas observações, ao brincar com seu imaginário, construindo vários papéis para ela mesma, às vezes é professora, pai, mãe, filhinho, médico, ou seja, imita comportamentos e papéis.
Nessa perspectiva, as atividades lúdicas colaboram no desenvolvimento das funções psíquicas superiores, entre outras, destacamos o autocontrole (domínio da vontade), a atenção, a memória, a linguagem, a imaginação, o pensamento, a personalidade, uma vez que, conforme destaca Vygotsky “todas as funções da consciência, formam-se originalmente na ação” (2004, p. 6), portanto a ação de brincar contribui muito para o desenvolvimento dessas funções.   
Desde muito pequenas as crianças reproduzem gestos, sons, fazem carretas, demonstram tristeza, raiva, alegria imitando pessoas que com as quais convivem no seu dia a dia. Também imitam alguns animais, reproduzem o som e os movimentos de alguns objetos. A criança é observadora, e está sempre atenta a tudo e a todos, muitas vezes desvia seu olhar dos adultos, mas está ouvindo e prestando atenção aos fatos que estão à sua volta, desta forma desenvolve sua capacidade de aprender, de se identificar com outras pessoas, e também a empatia e antipatia, construindo assim sua identidade. 
O faz de conta é uma das brincadeiras mais importantes na faixa etária da educação infantil, pois com essa brincadeira a criança pode se colocar no lugar de outras pessoas como: pai, mãe, filho, tio, amigo e desta forma experimentar novas experiências. Nessa etapa, segundo Vygotsky (1988), a criança quer ser como o adulto, porém, como não pode satisfazer seus interesses e necessidades no plano real, utiliza a imaginação, o faz-de-conta, para representar os papéis sociais desempenhados pelos adultos que a rodeiam. 
De acordo com os autores acima mencionados é possível constatar a importância do faz de conta para o desenvolvimento da criança, já que essa forma de brincar oferece subsídios indispensáveis à constituição do sujeito apto a ser atuante e participativo na sociedade a qual faz parte.  


CONSIDERAÇÕES FINAIS  
A criança desde muito pequena interage com pessoas e objetos, expressando seus gostos e sentimentos, através de gestos, do olhar, demonstrando como compreende o mundo a sua volta. Entre as coisas de que a criança gosta está o brincar, que além de ser um dos seus direitos, é intrínseco, ou seja faz parte da natureza da criança. O brincar é uma ação livre, que surge a qualquer hora, iniciada e conduzida pela criança; dá prazer, não exige um produto final, relaxa, envolve, ensina regras, linguagens, desenvolve habilidades e introduz a criança no mundo imaginário.  
O brincar é uma ação muito importante para o ser humano, pois é através das brincadeiras e dos jogos que inicia o desenvolvimento e a construção do conhecimento. Com o passar do tempo ocorre o aperfeiçoando através das experiências vividas, e como a criança está em constante busca por novas aprendizagens e nunca está satisfeita, cada vez mais amplia seus conhecimentos.  
Diante disso entende-se que o professor atuante na educação infantil deve estar em constante aperfeiçoamento, estar aberto a mudanças e ser flexível. Além disso, deve criar um ambiente agradável para as crianças, haja vista que passam boa parte de sua vida dentro das instituições de Educação Infantil, a fim de auxiliá-las na construção de sua aprendizagem. 

REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Educação e do desporto. Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil: introdução. Brasília: MEC/SEF, v.1, 1998.101p. 
 
_______. Ministério da Educação e do desporto. Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil: Brasília: MEC/SEF, v.2, 1998. 85p. 
 
HORN, M. G. S. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
  
MONTEIRO, Silas Borges. Epistemologia da prática: o professor reflexivo e a pesquisa colaborativa. In: GHEDIN, Evandro e PIMENTA, Selma. O professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. São Paulo. Cortez. 2002. 

VYGOTSKY, Lev Semenovich. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fonte, 1991.  
______. A brincadeira e o seu papel no desenvolvimento psíquico da criança. 2004. Zoia Prestes,< http://www.ltds.ufrj.br/gis/A_brincadeira_seu_papel.htm. Acesso: 27 de jul 2008. 
 





Biografia:
Número de vezes que este texto foi lido: 61810


Outros títulos do mesmo autor

Artigos A Importância do Brincar Jussara Fátima de Freitas Oliveira


Publicações de número 1 até 1 de um total de 1.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Parada - Pedro Trajano de Araujo 26 Visitas
O Próximo Segundo é Inédito - Pedro Trajano de Araujo 24 Visitas
Todos os Dias de uma Vida - Pedro Trajano de Araujo 19 Visitas
Vale a Pena, Sim - Pedro Trajano de Araujo 19 Visitas
As Quatro Estações em Mim - Pedro Trajano de Araujo 18 Visitas
Andarilho que Sou - Pedro Trajano de Araujo 16 Visitas
O Valor de Sentir - Pedro Trajano de Araujo 16 Visitas
Brasileiro - Cláudio Thomás Bornstein 5 Visitas

Páginas: Primeira Anterior