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Ser mulher
Ivone Boechat

O texto bíblico diz que tudo o que Deus ia criando, ao concluir, avaliava e dizia: “E viu Deus que era bom”. Ao criar o homem, porém, o Senhor olhou, verificou, analisou, mediu, consultou e concluiu: “Não é bom que o homem esteja só”. Ora, se o Criador, na sua infinita perfeição, viu que não ia dar certo, quem somos nós, pobres mortais e frágeis mulheres para dizer o contrário.
O jeito é sair arrumando, inicialmente, o Paraíso. É raro encontrar um homem organizado e a desculpa é que um ser racional, com forte tendência de usar a razão o tempo todo, não pode se preocupar com arrumação, isto é serviço feminino. Experimenta a mulher deixar a casa desorganizada! O homem vê. Até porque pra achar alguma coisa que ele perdeu, ele desorganiza o dobro. Aí sim, finge que não vê o que deixou fora do lugar e jura que a bagunça já estava daquele jeito!
É muito comum o homem dizer: o homem é a razão, a mulher é a emoção. Bem, se a razão é a emoção falando grosso, ele está coberto de razão, porque o ser humano é um ser emocional, não importa o sexo.
A mulher, segundo análise social, psicológica, teológica, moral, biológica... é tudo o que faltou no homem. E, pela conclusão do próprio Criador, não faltou pouca coisa no homem, não. A inteligência da mulher tão carimbada como suprassumo da emoção, é também holística. Ela mobiliza algumas inteligências que no homem saíram raquíticas: a intuição é uma delas. Ela vê além do além. Ela é capaz de perceber e até adivinhar coisas não captadas pela antena masculina. A dela é parabólica, global, digital, virtual. Por mais que ele esperneie, reclame, mais cedo ou mais tarde aquilo que foi profetizado pela mulher se revela e se estampa aos olhos de todos. Ele ainda diz: “eu sabia que isto ia acontecer”. Claro, a mulher profetizou!
As culturas diversificam, classificam e discriminam a participação da mulher nos editoriais e fingem que não percebem sua contribuição científica, ao longo dos séculos. Muito mais inferiorizada pela cultura das nações do que pela capacidade intelectual feminina já pesquisada e comprovada. Ela é tão inteligente e capaz quanto o homem.
Socialmente, as figuras que se apresentam para representar a mulher, nos meios de comunicação não representam, incentivam olhos precipitados que se apressam a julgar e condenar a imagem feminina. É a minoria desestruturada.
Ostentando o título de "rainha do lar", a mulher levantou-se do trono e foi à luta: compete, disputa e chega a patamares de conquistas na sociedade.
Segundo dados obtidos na Revista Mulher de Negócios, na América Latina a força do trabalho da mulher cresceu, chegando a 40%. No Chile, elas operam 30% das microempresas. Na República Dominicana, 50%; na Costa Rica, a média é de 35% de mulheres na Administração e na Jamaica, 31%. No Brasil, as mulheres estão assumindo cargos executivos, em torno de 25%. Nos Estados Unidos e Suécia, a estatística registra índices mais altos, 60%.
Ser mulher é ter a fibra extraordinária para suprir as pedras preciosas que faltaram na coroa da criação.
Ser mulher é fantasiar-se de toda poderosa, com a espada de guerreira, lutando na primeira fila da batalha da maternidade, da educadora, da provedora, da empreendedora e ainda sustentar acesa a chama do romantismo, da delicadeza, do perdão.
Ser mulher é seguir em frente, de cabeça erguida, arcando com as irresponsabilidades do abandono.
Ser mulher é caminhar solitária, muitas vezes chorando, sem uma lágrima, para não embaçar a esperança dos que se espelham nela.
Ser mulher é ser forte como rocha e frágil como a flor, quando enfrenta e vence os desafios da vida, somando na luta.
Ser mulher é ser mãe, gerando no coração e no útero uma nova vida.
Ser mulher é ser discreta, quando desempenha inúmeros papéis na sociedade: avó, tia, mãe, filha, sobrinha, irmã, executiva, sogra, nora, serva do Senhor e a mulher que todo homem sonha: romântica, bem humorada, atualizada, cozinheira, mãe, esposa, descansada, elegante, na sua volta do trabalho.   Firme e resoluta não se detém.
Ser mulher é dividir a própria vida, sem deixar faltar o beijo e o abraço nas vitórias dos outros, sem esperar que reconheçam as suas, porque sabe que, no caminho de tudo isto, ficaram latejando as batidas do próprio coração.
Desde os primeiros passos da Igreja, a mulher mostrou-se digna e forte - do berço à cruz. Na oração de Sara e na lágrima de Maria, mãe do Amor, estão os exemplos admiráveis que a humanidade abraça e adota.
Não é bom que a mulher esteja só. Ela aceita o modelo de homem desenhado pelo Criador, insere-se no sistema, louva e se enobrece por tão grandiosa missão no Paraíso.

Ivone Boechat


Biografia:
Natural do Estado do Rio; Membro da Academis Munsial de Cultura e Literatura: Membro da Academia Duquecaxiense de Letras e Artes de Duque de Caxias-RJ; Autora de 16 livros, Consultora em Educação.
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