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Maniqueísmo dos incompatíveis
Giulio Romeo

O termo "maniqueísmo" é derivado do nome do profeta persa Mani, que fundou a religião maniqueísta no século III. Mani acreditava que o universo era governado por uma luta entre as forças do bem e do mal, que eram igualmente poderosas e opostas.

No dia a dia, o termo "maniqueísmo" é frequentemente usado para descrever uma visão simplista do mundo, na qual as coisas são consideradas apenas em termos de bem e mal, preto e branco, sem considerar nuances ou complexidades.

O Maniqueísmo dos Incompatíveis é uma teoria filosófica que afirma que certos pares de conceitos ou ideias são incompatíveis entre si, o que significa que ambos não podem ser verdadeiros ou válidos ao mesmo tempo. O Maniqueísmo dos Incompatíveis se baseia na ideia de que certas ideias também podem ser consideradas opostas e incompatíveis.

Essa teoria é frequentemente aplicada em debates éticos e morais, em que dois valores são considerados mutuamente exclusivos. Por exemplo, a liberdade individual pode ser considerada incompatível com o bem-estar coletivo em certas circunstâncias. Nesse caso, defender um valor pode significar sacrificar o outro.

Uma pessoa que vê o mundo em termos maniqueístas pode acreditar que todos os políticos são corruptos ou que todas as pessoas de uma determinada religião são fanáticas. Essa visão simplista do mundo pode levar a generalizações prejudiciais e a uma falta de compreensão das nuances e complexidades da vida.

O maniqueísmo como teoria do absurdo

O Maniqueísmo com Teoria do Absurdo é uma variação do Maniqueísmo que enfatiza a ideia de que a vida é essencialmente absurda e que não há sentido ou propósito inerente ao universo. Nessa perspectiva, todas as crenças e ideias são consideradas igualmente absurdas e incompatíveis entre si, e a verdadeira natureza do mundo é inacessível à compreensão humana.

De acordo com a Teoria do Absurdo, os seres humanos têm um desejo natural de encontrar sentido e propósito em suas vidas, mas essa busca é fútil, pois o mundo não tem uma ordem ou significado inerente. Essa visão do mundo pode levar a uma sensação de desesperança e desespero existencial.

Na perspectiva do Maniqueísmo com Teoria do Absurdo, todas as ideias e crenças são consideradas igualmente absurdas e incompatíveis, incluindo as próprias crenças maniqueístas. Isso significa que não há uma resposta definitiva ou verdadeira para as questões mais profundas e importantes da vida.

Essa visão do mundo pode ser vista como pessimista ou negativa por alguns, mas também pode ser vista como libertadora e libertadora, pois permite que as pessoas abandonem a busca por um sentido ou propósito final e encontrem significado em suas próprias experiências e escolhas pessoais.

Em resumo, o Maniqueísmo com Teoria do Absurdo enfatiza a ideia de que a vida é absurda e que não há sentido ou propósito inerente ao universo. Essa visão do mundo pode levar a uma sensação de desespero existencial, mas também pode ser vista como libertadora e permitir que as pessoas encontrem significado em suas próprias experiências e escolhas pessoais.

Maniqueísmo político

O Maniqueísmo político é uma abordagem que vê a política em termos de um conflito entre o bem e o mal, geralmente representados por diferentes grupos ou partidos políticos. Nessa visão do mundo, há uma clara divisão entre os "bons" e os "maus", e os defensores de cada lado acreditam que estão lutando por um ideal superior e absoluto.

Essa abordagem pode levar a uma polarização política, em que os indivíduos tendem a se identificar com um lado ou outro, sem considerar as nuances e complexidades das questões políticas. Isso pode levar a uma falta de diálogo e cooperação entre diferentes grupos, impedindo a solução de problemas importantes e levando a uma erosão da democracia e do estado de direito.

Além disso, a visão maniqueísta da política pode ser usada para justificar ações extremas, como a violência, a discriminação e a repressão, em nome de um ideal superior. Isso pode levar a abusos de poder e violações dos direitos humanos.

É importante lembrar que a política é complexa e multifacetada, e que as questões políticas não podem ser reduzidas a uma simples divisão entre o bem e o mal. É necessário considerar diferentes perspectivas e ouvir diferentes pontos de vista para encontrar soluções justas e equilibradas para os problemas políticos.

Em resumo, o Maniqueísmo político é uma abordagem que vê a política em termos de um conflito entre o bem e o mal, o que pode levar a uma polarização política e a uma falta de diálogo e cooperação. É importante lembrar que a política é complexa e multifacetada, e que é necessário considerar diferentes perspectivas para encontrar soluções justas e equilibradas para os problemas políticos.

Maniqueísmo familiar

O Maniqueísmo familiar é uma abordagem que vê as relações familiares em termos de um conflito entre o bem e o mal, o que pode levar a conflitos familiares intensos e a uma falta de diálogo e resolução de conflitos. É importante lembrar que as relações familiares são complexas e multifacetadas, e que é necessário considerar diferentes perspectivas para encontrar soluções justas e equilibradas para os problemas familiares.

Essa abordagem pode levar a conflitos familiares intensos, onde os membros da família acreditam que estão lutando por um ideal superior e absoluto, o que pode impedir o diálogo e a resolução de conflitos. Isso pode levar a um ambiente familiar tóxico e a relações familiares prejudicadas.

A visão maniqueísta da família pode ser usada para justificar ações extremas, como a violência doméstica e a discriminação entre membros da família. Isso pode levar a abusos de poder e violações dos direitos humanos dentro da família.

O que é ser uma pessoa maniqueísta?

Ser uma pessoa maniqueísta significa ter uma visão de mundo simplista e dicotômica, em que as coisas são vistas apenas em termos de bem e mal, certo e errado, sem considerar nuances e complexidades. Uma pessoa maniqueísta tende a acreditar que há uma clara divisão entre o bem e o mal, e que os indivíduos e grupos podem ser facilmente classificados como um ou outro.

Essa abordagem pode levar a uma visão polarizada da realidade, em que as pessoas tendem a se identificar com um lado ou outro, sem considerar outras perspectivas e pontos de vista. Isso pode levar a conflitos e à falta de diálogo e cooperação entre diferentes grupos e indivíduos.

Ser uma pessoa maniqueísta também pode levar a justificar ações extremas em nome de um ideal superior, o que pode levar a abusos de poder e violações dos direitos humanos.

É importante lembrar que o mundo é complexo e multifacetado, e que as questões não podem ser reduzidas a uma simples divisão entre o bem e o mal. É necessário considerar diferentes perspectivas e ouvir diferentes pontos de vista para entender a realidade de forma mais completa e encontrar soluções justas e equilibradas para os problemas.

O Dualismo Maniqueista

O Dualismo Maniqueísta é uma doutrina religiosa que teve origem no século III d.C., fundada por Mani, um profeta persa que pregava uma visão do mundo dualista, em que o universo é dividido em duas forças opostas e eternas: a luz e as trevas, o bem e o mal.

Segundo o Maniqueísmo, a luz representa o bem, a verdade, a pureza, a perfeição e o espírito, enquanto as trevas representam o mal, a mentira, a impureza, a imperfeição e a matéria. Essas duas forças são consideradas igualmente poderosas e opostas, e estão em constante conflito.

O Dualismo Maniqueísta acreditava que as almas humanas são compostas de uma parte luminosa, de origem divina, e uma parte material, de origem terrena. A salvação consiste em libertar a parte luminosa da alma do mundo material, para que ela possa retornar ao mundo divino e ser reunida com sua fonte original de luz.

O Maniqueísmo teve grande influência no mundo antigo e medieval, e suas ideias foram incorporadas em outras religiões e filosofias. No entanto, a doutrina foi criticada por muitos como sendo muito simplista e não levando em conta a complexidade da vida humana e da natureza.

Maniqueísmo intransigente

Maniqueísmo intransigente é uma expressão que se refere a uma atitude rígida e inflexível em relação às crenças e valores, que não admite outras perspectivas ou pontos de vista diferentes dos seus próprios.

Essa atitude pode estar relacionada ao Dualismo Maniqueísta, que vê o mundo dividido em duas forças opostas e irreconciliáveis, e pode levar a uma visão simplista da realidade em que as pessoas são classificadas como boas ou más, certas ou erradas.

Uma pessoa maniqueísta intransigente pode se recusar a ouvir outras opiniões ou considerar outros pontos de vista, mantendo-se firmemente ancorada em suas próprias crenças e valores. Isso pode levar a conflitos e a falta de diálogo e cooperação entre diferentes grupos e indivíduos.

É importante lembrar que a realidade é complexa e multifacetada, e que há muitas perspectivas e pontos de vista diferentes. Ser intransigente em relação a uma única perspectiva pode levar a uma visão polarizada da realidade e à falta de compreensão e respeito pelas diferenças.

Em resumo, o Maniqueísmo intransigente é uma atitude rígida e inflexível em relação às crenças e valores, que não admite outras perspectivas ou pontos de vista diferentes dos seus próprios. Essa atitude pode levar a conflitos e à falta de diálogo e cooperação entre diferentes grupos e indivíduos. É importante lembrar que a realidade é complexa e multifacetada, e que há muitas perspectivas e pontos de vista diferentes que devem ser considerados e respeitados.

Do Maniqueísmo à Tipologia

Assim como o Maniqueísmo, a tipologia se baseia na ideia de que a realidade pode ser dividida em categorias ou tipos distintos. No entanto, ao contrário do Maniqueísmo, a tipologia não considera essas categorias como opostas e irreconciliáveis. Pelo contrário, a tipologia reconhece que cada tipo de personalidade tem suas próprias forças e fraquezas, e que as diferenças entre os tipos podem ser complementares e enriquecedoras.

A tipologia é um campo de estudo que se dedica a classificar e descrever diferentes tipos de personalidade. A tipologia foi influenciada por diversas correntes de pensamento, incluindo a psicologia analítica de Carl Jung, que desenvolveu o conceito de tipos psicológicos.

De acordo com Jung, os tipos psicológicos são baseados em quatro funções psicológicas: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Cada indivíduo tem uma função dominante, que influencia sua forma de perceber e interagir com o mundo.

A tipologia também é influenciada pela teoria dos temperamentos, que classifica os indivíduos de acordo com suas características emocionais e comportamentais. Segundo essa teoria, existem quatro temperamentos principais: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático.

O Maniqueísmo influenciou muitas áreas do conhecimento, incluindo a tipologia, que se dedica a classificar e descrever diferentes tipos de personalidade. Embora a tipologia se baseie na ideia de categorização, ela não considera essas categorias como opostas e irreconciliáveis, mas como complementares e enriquecedoras.

O que há de errado com o Maniqueísmo?

O maniqueísmo é fundamentalmente um tipo de gnosticismo, filosofia dualista segundo a qual a salvação depende do conhecimento (gnose) da verdade espiritual.

A crença Maniqueísta de que o mal é uma força eterna e independente pode levar a uma visão pessimista e desesperançosa da vida. Isso pode levar a um sentimento de impotência e desistência em relação aos desafios e problemas da vida.

Outra crítica ao Maniqueísmo é a sua tendência a categorizar as pessoas como boas ou más com base em critérios muitas vezes arbitrários. Isso pode levar a preconceitos e estereótipos, e também pode levar à exclusão e discriminação de grupos e indivíduos considerados "maus" ou "inferiores".

O Maniqueísmo pode levar a uma falta de responsabilidade pessoal e uma tendência a culpar forças externas pelo comportamento humano. Essa visão pode levar a uma falta de autoconhecimento e autodesenvolvimento, e também pode levar a uma falta de empatia e compaixão em relação aos outros.

O maniqueísmo nos insensíveis

O Maniqueísmo nos insensíveis se refere a uma visão dualista da realidade que desconsidera as emoções e a empatia pelos outros, tratando as pessoas como objetos ou abstrações. Essa visão pode levar a uma falta de compreensão das nuances e complexidades da vida e dos relacionamentos interpessoais.

As pessoas que se identificam com essa visão podem ver o mundo como uma batalha constante entre o bem e o mal, com pouca consideração pelas emoções e experiências das outras pessoas. Eles podem ser vistos como insensíveis e indiferentes às necessidades e sentimentos dos outros, e podem mostrar pouca empatia ou compaixão em relação ao sofrimento alheio.

Essa visão Maniqueísta pode ter várias causas, incluindo traumas emocionais, falta de habilidades sociais, educação inadequada e experiências de vida limitadas. Além disso, a cultura e a sociedade em que vivemos também podem contribuir para a formação dessa visão, por meio de valores e ideologias que enfatizam a competição e a rivalidade em detrimento da cooperação e da empatia.

O Maniqueísmo de Santo Agostinho

Santo Agostinho foi um importante teólogo e filósofo cristão do século IV que teve uma grande influência no desenvolvimento da doutrina cristã. Ele também foi um importante representante do Maniqueísmo, uma corrente filosófica e religiosa dualista que ensinava que a realidade é composta por dois princípios opostos, o bem e o mal, e que a salvação é alcançada através da liberação da alma da prisão do corpo material.

Agostinho adotou a filosofia Maniqueísta durante sua juventude, mas posteriormente rejeitou essa visão de mundo e se converteu ao cristianismo. No entanto, sua experiência com o Maniqueísmo o influenciou profundamente em sua compreensão da natureza humana e da relação entre o bem e o mal.

Agostinho argumentou que o mal não é uma substância ou entidade em si mesma, mas sim a ausência do bem. Ele enfatizou que a fonte do mal não está no mundo material, mas sim na vontade humana, que pode se afastar de Deus e escolher o mal. Agostinho também enfatizou a importância da graça divina para a salvação, argumentando que a salvação é alcançada não pela nossa própria vontade ou esforço, mas sim pela graça de Deus.

O Maniqueísmo de Santo Agostinho influenciou profundamente sua compreensão da natureza humana e da relação entre o bem e o mal. Ele rejeitou a visão dualista da realidade proposta pelo Maniqueísmo, mas argumentou que a vontade humana é a fonte do mal e enfatizou a importância da graça divina para a salvação.

O maniqueísmo entre os desajustados

Assim como em outros grupos sociais, o maniqueísmo pode ser encontrado entre os desajustados, que são aqueles que têm dificuldades em se encaixar nas normas e padrões da sociedade em que vivem. Essas pessoas podem desenvolver uma visão dualista da realidade, em que o mundo é visto em termos de opostos absolutos, como bem e mal, certo e errado, justo e injusto.

Isso pode ocorrer porque os desajustados muitas vezes se sentem excluídos ou marginalizados pela sociedade em que vivem, o que pode levar a uma visão mais simplista da realidade. Além disso, o maniqueísmo pode oferecer uma sensação de controle e segurança em um mundo que pode parecer confuso e caótico.

No entanto, é importante lembrar que a visão dualista da realidade pode ser limitante e não refletir as complexidades e nuances da vida. A realidade muitas vezes é muito mais complicada do que a visão simples do bem contra o mal, e as soluções para os problemas muitas vezes exigem uma abordagem mais sutil e complexa.

É importante que os desajustados tenham acesso a informações e conhecimentos que lhes permitam entender a realidade de forma mais ampla e complexa. Também é importante que sejam encorajados a desenvolver uma abordagem mais flexível e aberta à vida, em vez de se apegarem a visões simplistas e maniqueístas da realidade.

O Maniqueísmo dos Incompatíveis pode ser útil no dia a dia para ajudar a resolver conflitos ou dilemas éticos. Por exemplo, se uma pessoa tem que escolher entre seguir seus próprios desejos e necessidades ou considerar o bem-estar de outra pessoa, ela pode aplicar o Maniqueísmo dos Incompatíveis para ajudá-la a decidir qual valor é mais importante em determinada situação.

Essa teoria pode ser útil para analisar e resolver conflitos entre diferentes valores e crenças. No entanto, ela também pode levar a visões simplistas e inflexíveis, nas quais apenas uma ideia pode ser considerada válida e todas as outras devem ser descartadas. É importante lembrar que muitos conceitos e valores podem coexistir e serem aplicáveis em diferentes contextos e situações.

“O maniqueísmo é o par perfeito do egoísmo. Ambos devidamente maquiados, perfumados e infiltrados nos valores mais caros às nossas sociedades, e desoladoramente ensinados às nossas crianças desde o berço. Em tese, seguindo a ideia de que o argumento e a demonstração triunfam, seria possível transformar os valores da sociedade através do diálogo. Mas, na prática, o diálogo é ferramenta débil perante o contrafluxo das paixões. Assim os valores, quando não custam a progredir, não progridem” - Antonio Matienzo


Biografia:
Professor de Ciências da Religião, Teólogo, Filósofo e Pesquisador de Ciências ocultas. Procuro a verdade e quero compartilhar meus estudos sobre o comportamento filosófico e religioso de povos e comunidades, que tem a fé, como sustentáculo de sua existência tridimensional.
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