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O cocheiro
Onihara


   Os cavalos corriam arrastando uma carruagem que balançava ora para um lado ora para o outro. A floresta na qual entravam tinha um caminho iluminado pelos os raios do sol da tarde, uma paisagem bem interessante de se contemplar mais para aquele cocheiro seu único objetivo era sair daquele lugar.
Para falar a verdade ele nem queria estar ali, havia por engano pegue o caminho errado e quando percebeu já estava muito dentro e sem chance de retornar escolhendo assim seguir o mais rápido que pudesse.
   Dentro da carruagem um velho padre segurava uma cruz de ouro que estava presa em um colar ao seu pescoço. Sua santidade não chegava aos pés de sua raiva e por isso enquanto a carruagem ia seguindo ele xingava o cocheiro.
-Vamos seu palerma! Vamos!Avance!
-Idiota não percebeu que não deveríamos está aqui.
-Matarei você se daqui sair vivo.
Do lado de fora o cocheiro fazia com que seus cavalos ultrapassassem os limites e apesar de serem dois corceis vigorosos dava para notar a exaustão em seus corpos. Com olhos fixos o cocheiro seguia o único caminho. A frente.
Com o suor gotejando no seu rosto e sua cabeça doendo por causa das gritarias do padre ele seguia tentava de alguma forma fingir que era surdo e conter a raiva que estava sentindo do padre ,não olhava para os lados, praticamente tudo que existia era o horizonte.
De repente um fato chamou a sua atenção era algo que passou bem próximo de sua cabeça, atingindo o chapéu e se cravando em uma árvore, era uma lança . A segunda passou mais perto e a terceira ficou cravada na porta da carruagem.
Do lado de dentro o padre ficou de olhos fixos olhando para a ponta da lança que indicava a direção de seu peito. Por isso de forma impaciente voltou a gritar:
- Culpa sua seu imbecil.
-O que esta fazendo? Quer morre.
-Canalha! O padre não poupava esforço para se ouvir gritando jogando todo o seu ódio contra o cocheiro.
   A carruagem que balançava forte, aumentou por alguns instantes seu balanço, mais lanças iam sendo jogadas e cravadas na condução o padre a todo momento olhando para as pontas prateadas das flechas com assombro.Em seguida voltava a berra:
-Idiota!
-Burro!
-Cretino!
De repente o padre começou a sentir algo estranho a carruagem começava a perde velocidade e foi diminuindo o seu movimento. O terror dentro de si foi crescendo e seus olhos foram aumentando, pois sabia que o cocheiro podia ter sido atingido por uma das lanças, se fosse assim estaria agora sozinho, com muito medo segurou o crucificio com as duas mãos..
Mesmo com medo tentou raciocina e naquela situação poderia se entrega a morte ou tentar um lance de fuga. Por alguns instantes o padre pensou em três opções. Fazendo uma breve análise de cada uma destas.
   A primeira era a de ficar quieto esperando tudo passar mantendo a confianca de que seus algozes fosse embora entretanto, achou pouco provável que as coisas simplesmente terminassem assim, pois o mais certo seria que a carruagem fosse aberta e ele fosse assassinado ali mesmo.
   A segunda opção seria a de cometer suicídio uma vez que sempre trazia consigo um punhal e bastava desferir um só golpe e estaria tudo terminado, contudo sua falta de coragem impedia de tal ato além de ser muito apegado ao seu título e todos os benefícios que tinha desde que exercia o ofício.
A terceira seria sair da carruagem e tentar se salvar com muita sorte conseguiria correr para fora da floresta o quanto antes sua mente avaliou cada uma das alternativas e enquanto fazia isso seu medo crescia.    
Levou seis minutos pensando e nesse tempo mais lanças foram cravadas deixando apreensivo e já entendendo que a primeira opção das três seria a pior,tendo já ciencia que as circunstâncias não iria mudar ele respirou fundo foi saindo.
A carruagem estava bem lenta, do lado de fora algo havia ocorrido,o padre abrir a porta o ambiente ainda tinha um pouco de claridade e por causa disto deu para ver e ao mesmo tempo ter uma surpresa bem desagradável.
As Lanças continuavam a serem jogadas, não sabia de onde era a origem e duas acabavam de perfura uma outra árvore. Mesmo correndo este perigo o padre desceu da carruagem do lado de fora ele viu que não tinha cavalos, os mesmos foram soltos isso o fez arregalar os olhos com temor misturado com raiva.
Rapidamente procurou o corpo do cocheiro ou algum vestígio de sangue mas não encontrou nenhum , sua mente tentou raciocinar o que havia ocorrido,teria ele sido traído ou o cocheiro estava morto junto com os cavalos e ficado para trás?
Sua cabeca procurava a resposta para aquele fato e refletia que se os cavalos tivesse sido abatido a carruagem teria virado e não parado da forma como ocorreu. Era essa a sua conclusão.
-Maldito cocheiro. Disse o padre correndo mais a frente.
Adiante foi possivel escutar os trotes dos cavalos, realmente o cocheiro havia ido embora, o padre ao entender tudo puxou do ar e abriu a boca máximo que podia para grita contudo sua tentativa foi vazia pois de sua boca não saiu som e sim sangue.
Ele acabava de ser acertado por uma lança que o atingiu na parte de traz da cabeça fazendo a ponta transpassar e ficar entre os olhos. Seu corpo acabava de cair e o som da floresta foi se desfazendo aos seus ouvidos inclusive os trotes dos cavalos que desapareceram ao horizonte.



Biografia:
Escritor de ficção, fantasia e pesquisado na área de filosofia
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