Seres com ansiedade não vivem, sobrevivem, são pessoas reféns de seus sentimentos e prazeres, a ansiedade sufoca, tortura, é uma angustia invisível aos sentidos dos demais, que nos denominam sem fé, mas nossa maior fé e esperança é que um dia essa doença tenha fim, para que possamos sentir, confiar, viver e amar sem a desconfiança, sem a incerteza.
As vezes imagino como seria viver intensamente sem o medo de dar errado, ou simplesmente poder sorrir por vontade não só por sorrir.
Quantos sorrisos são expelidos sem o mínimo de conexão com o interior... Só para não demonstrar aquele interno confuso e desnexo, mas vem outro questionamento... Por que não demonstrar? A resposta vem logo em seguida, é muito difícil, você olha para todos os lados e não acha apoio, e quando você enxerga alguém, aquele ser é egoísta demais para te ouvir e só te dar um abraço.
Uma vez eu vi que para um “doente” de ansiedade a pior coisa é viver um amor, porque você tem a certeza que você é insuficiente, é incapaz, e inferior, e isso é uma total verdade, não tem coisa pior do que você amar porem se sentir inexistente.
Há, mas e a família? Bom, a minoria compreende que você é especial, mas a grande parte te julga sem Deus, dramático, ou bipolar, é aí onde vem uma das maiores sequelas, a falta de base.
Há e a escola? Bullying, psicóloga, pressão para ser alguém e corresponder aos padrões exigidos, amigos falsos, constrangimento, você se descobre como a ovelha negra
Por tanto a partir daí você compreende que é só você e seu eu interior pedindo socorro, daí vem medicamentos, mudanças físicas, e é onde que você percebe ser só mais um dependente de um vício que se chama atenção.
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