Passei um ano tentado me adaptar:
mudei as cores das paredes,
os móveis de lugar,
mas ainda dormia no chão da lavanderia
sobre as roupas que você não quis levar.
Troquei as plantas, doei os presentes, reformei o sofá,
comecei com o analista e aprendi a meditar,
mas de vez em quando preparava sua xícara de chá.
Não frequentava os mesmos lugares
que era pra não ter perigo de reencontrar, ouvia nossas músicas tentando me conformar, só que me lembrava de tudo e começava a chorar.
Hoje já não choro,
mas ainda dá uma pontadinha no coração
sempre que ouço um certo refrão.
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