O Brasil vivencia nesta ultima semana um caos social, o protesto dos caminhoneiros iniciado no dia 20 de maio, reivindicando diminuição no preço dos combustíveis, retirada de impostos que compõe o preço final do combustível, melhorias no valor do frente dentre outras reivindicações, tem gerado crises de distribuição em diversos setores da economia. A Interrupção no fornecimento nos Postos de Combustíveis para abastecimento dos veículos particulares, dos transportes públicos e da frota de veículos de órgãos públicos da saúde e segurança, impossibilidade de locomoção principalmente ao trabalho e escola para quem utiliza o transporte público, interrupção quase que total na entrega de mercadorias do gênero alimentício e de bens de primeira necessidade nos pontos de venda, tais como alimentos, medicamentos em farmácias e hospitais, deixou o país paralisado.
Nesse momento, com a necessidade de consumo racionada em função da falta de produtos para compra em função da mencionada crise de abastecimento, em especial de combustíveis e alimentos, ocasionada por uma greve de uma classe importante de trabalhadores, os caminhoneiros, mas que pode vir a produzir efeitos positivos para todo um país em um segundo momento, a solidariedade entre cidadãos deveria se fazer presente.
No entanto o que se observa, em postos que ainda possuem um pouco de combustível em seu estoque, em supermercados e hipermercados, nos mercadinhos de bairro, no comercio de modo geral, é o sobre preço de mercadorias importantes. Postos de combustíveis que vendiam gasolina a R$ 4,09, na crise, vendendo combustível a R$ 9,00, batata que antes era vendida a R$ 5,00 o kg hoje R$ 10,00 o kg, dentre outros alimentos, utilizando como justificativa a lei da oferta e demanda.
Diante de um cenário pré Dantesco como o que estamos vivenciando, vemos a palavra egoísmo ser aplicada tal qual o seu significado literal no dicionário, amor exagerado aos próprios interesses a despeito dos de outrem.
Arthur Schopenhauer, já escrevera em sua obra A Arte de Insultar, publicada em 1860, século XIX, após a sua morte, dentre outras coisas que “O motor principal e fundamental no homem, bem como nos animais, é o egoísmo, ou seja, o impulso à existência e ao bem-estar. [...] Na verdade, tanto nos animais quanto nos seres humanos, o egoísmo chega a ser idêntico, pois em ambos une-se perfeitamente ao seu âmago e à sua essência”.
“Desse modo, todas as acções dos homens e dos animais surgem, em regra, do egoísmo, e a ele também se atribui sempre a tentativa de explicar uma determinada acção”, estamos comprovando essa teoria em 2018, século XXI.
A evolução humana no que se refere as relações sociais parece ter estacionado, ou, caminha a passos bem lentos, que esses eventos possam servir como mais uma experiência evolutiva, que possamos utilizar nossa razão em detrimento de nossos desejos egoístas e assim transformar o Brasil em um país mais solidário e melhor para se viver.
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