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Tempo?
Pensemos nisso por um momento.
Leandro Abreu

Resumo:
Imagine sua vida como uma longa estrada. Você, agora, está no meio dela. Seu início e fim, tão distantes, não são visíveis. Se fosse possível, você voltaria de onde está? Ou sairia em disparada para frente? Mas, em primeiro lugar, essa estrada realmente existe?

Você está caminhando por uma longa estrada, tão longa que desaparece no horizonte. Não importa o quanto caminhe, nunca saberá o que se esconde a sua frente. Em algum momento você deixa de caminhar e olha pra trás, mas tão distante, não consegue ver o início da estrada, só algumas pegadas. Se você se distrai, poderia acabar voltando, acreditando que está seguindo em frente. Mas então você veria as pegadas e logo retomaria a direção correta. E porque seguir em frente? Voltar atrás e descobrir aonde começam as pegadas não seria excitante também? E se houver algo anterior às pegadas? Mas espere, e se não houver? É. Melhor seguir em frente. Mas e se não houver nada lá também? Pelo menos terei percorrido toda estrada. Espere. Eu poço ver algo à minha frente, uma luz brilhando, mas estou tão longe que quase não a percebo. E é como se ela estivesse caminhando junto comigo. Não importa o quanto eu ande, ela está sempre distante.

Bem. Você não pode parar no tempo e voltar atrás, mesmo querendo muito. E também não pode sair correndo ansioso com o que poderá ver mais a frente. Seu inconsciente está, e sempre estará caminhando à mesma velocidade da suposta luz que o motiva. Se você pudesse fazer algo a respeito, mudaria isso? Sairia correndo em direção ao futuro ou em direção ao passado?

Poupe sua resposta, afinal, ela não é aplicável.
O que quero lhe dizer é que a estrada que exemplifiquei acima não existe. Nem as pegadas, muito menos a luz misteriosa no horizonte. O que isso implica? Isso mesmo. Não existe passado nem futuro. O tempo, em sua complexidade, simplesmente não existe. Não nessa concepção que observo a maior parte das pessoas adotarem.
Ouço pessoas falarem sobre passado e futuro como se fosse um “registro cósmico acessível”. Eu vejo isso de forma diferente.

O tempo adquiriu uma péssima reputação com as pessoas. O tempo nos envelhece, envelhece as coisas, está acabando com todos nós. Qualquer pessoa mais velha, em algum momento de frustração ou nostalgia, se olhou no espelho desanimada com sua aparência, sua disposição. E o culpado é sempre o tempo. Não estamos enganando a nós mesmos?
A começar, posso realçar a nossa velha ideia de que a vida passa. A vida não está passando, a vida está se transformando. O universo, nosso mundo, a vida que conhecemos. Tudo isso foi resultado de sucessivas transformações que nunca param. E aqui estamos nós, disfrutando da nossa brilhante capacidade de perceber esse processo e mais, fazermos parte dele. Você não envelhece porque o tempo “passa” ou porque a vida “passa”. São as células do seu corpo que estão se transformando, reagindo e se alterando devido ao meio que nos envolve. Quando morremos, nosso corpo entra em equilíbrio com o ambiente a sua volta. O ambiente do qual nos separamos quando nossa consciência está viva. Cada componente do seu corpo retorna a sua forma elementar para depois se reunir de novo em outras formas. Da mesma terra que parece “digerir” nossos corpos e de outras criaturas, são gerados os frutos que alimentarão outra criatura. Não há perda, é um processo contínuo. Uma contínua transformação.

O tempo só reside em nossas mentes. Foi a referência que criamos a fim de nos organizar. Portanto, o tempo é um componente cultural, ele não se faz presente na natureza.
Sua vida não passou, sua vida se transformou no que você é e vive agora.
Talvez eu não seja nem um sopro diante das autoridades científicas que defendem teorias e hipóteses que tornam possíveis expedições ao passado ou futuro. Mas isso não me impede de ver tudo isso como um óbvio desperdício. Viajar ao passado só seria possível se pudéssemos fazer todo o planeta alterar sua transformação constante num processo inverso. E para viajar ao futuro, simplesmente precisaríamos de uma máquina ou ambiente que permitisse que as células do nosso corpo se alterem mais lentamente que num ambiente normal. Não sei se percebeu, mas em ambos os processos, não houve volta ou avanço numa suposta “dimensão temporal”, simplesmente transformamos o meio a nosso favor, a favor da ideia que queremos.

Imagine certa quantidade de água sendo aquecida dentro de um ambiente fechado, a fim de não haver perda de moléculas. À medida que a água é aquecida, ela evapora formando o vapor que se acumula dentro do recipiente. Poderíamos dizer que a água em estado líquido era o presente, sua completa evaporação seria o futuro, que será o presente depois de determinado tempo. A partir daí, para voltarmos ao passado, precisaríamos simplesmente esfriar o recipiente e aos poucos a água retornaria a sua forma líquida inicial, no caso, o passado.
Obviamente, fui eu que rotulei propositalmente as fases do processo como passado, presente e futuro. Assim como fazemos nas fazes da nossa vida. Uma maneira de exemplificar tudo o que quis dizer ao longo do texto.

Espero que tenha percebido a dimensão do que disse. Poderíamos dizer que nossa idade não existe, é só uma referência. Não somos velhos ou jovens. Nossos corpos estão simplesmente passando por transformações diferentes.
Como o futuro não existe, talvez não seja a melhor opção viver esperando experiências que só existem na nossa mente. Talvez seja muito mais sábio, trabalhar com o que temos agora, porque afinal, só o agora realmente existe.


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