Mulher feito rapadura |
Com ela não tem moleza |
Jennifer Amorim |
Resumo: Um cordel inspirado nas lutas femininas. Descrição das peculiaridades da mulher na sociedade. |
A mulher nos representa
Com sua força e vontade
Lutando pela verdade
Por seu lugar é sedenta
Hora oito, hora oitenta
Permanece com destreza
Não perde a inteireza
Emanando uma doçura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Há mulher bem melindrosa
Faz tudo que “não devia”
Com papo de androgenia
Deixa gente curiosa
Por vezes ela é tinhosa
Em outras só tem brabeza
Mas também é realeza
Quando chega com candura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Venho agora esclarecer
Da mulher um sofrimento
Não é só neste momento
Que ela tem o seu sofrer
Objeto de prazer
Vista em olhos de impureza
Perde a sua beleza
Vive uma ditadura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Muito firme no que quer
Corre atrás dos ideais
Com vivências bem reais
Vai até onde não der
Sabe que não é qualquer
Não se encontra em qualquer mesa
Sempre expõe sua dureza
Mas no fundo é só doçura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Vem com determinação
Seu espaço ocupar
No trabalho e no lar
Busca qualificação
É firme na decisão
Sabe de sua grandeza
A mulher tem uma beleza
Para além da compostura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Muda o curso da história
Vai em frente, vai à luta
Nunca foge da labuta
Vai buscando a nossa glória
Querendo achar vitória
E fazer muita proeza
Pra ela não tem tristeza
Não vive de amargura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Soltando as suas feras
Provando dos dissabores
Vivendo os desamores
Das poesias sinceras
Perpetuando as eras
Com garra e delicadeza
Vivendo pela certeza
De que a vida não perdura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Muitas delas são cantadas
Por Chico e também Lenine
Caetano então define
Moças lindas encantadas
Letras nunca ultrapassadas
Emanam sua leveza
Glorificam a natureza
A mais linda criatura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Cantadas são muitas delas
Por vários compositores
Descrevem delas as dores
Nestas criações tão belas
Encantam a todas elas
Sem nenhuma aspereza
Mostram com toda nobreza
Até pela partitura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Toda mulher nordestina
É guerreira de ação
Tem sangue de Lampião
Maria Bonita a sina
A força que lhe domina
Junto a ela uma esperteza
Mesmo com toda tristeza
Continua com bravura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Guerreira por excelência
Expressou o seu pensar
Mostrou o nosso lugar
Temos disto consciência
Celina por sua essência
Nordestina natureza
Com a rica singeleza
Despiu-se de armadura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Tem a Raquel de Queiroz
Escritora, jornalista
Foi também uma romancista
Criticava o que era atroz
N’academia feroz
Natural de Fortaleza
Escrevia com franqueza
Em seus anos de ternura
Mulher feito rapadura
Com ela não tem moleza
Jennifer S. Amorim
21 de agosto de 2016, Cabo de Santo Agostinho/PE.
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Biografia: Jennifer Suelen de Amorim Barbosa, filha do poeta Esperantivo e da professora Rosemary Amorim. É cabense, nascida em 15 de abril de 1996. Estudante de estatística pela UFPE e tem a literatura como arte e paixão. Escreve versos brancos desde os 13 anos e passou a escrever em métricas e rimas com a ajuda de seu pai. |
Este texto é administrado por:
Jennifer Suelen de Amorim Barbosa
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