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Manhã
Para Tatá
Werner Vilaça B. Borges


Amanheceu mas o sol não iluminou.
No meu quarto ainda está escuro.
O presente de hoje é apenas continuação do passado de ontem.
Quanto desconforto!
Eu acostumado com o sol de Manaus
Que amanhece, aquece, ferve e quase me evapora.
E hoje um frio que perpetua o dia de ontem.
Creio que cortaram os dedos da Aurora,
Ou talvez expulsaram Apolo do Olimpo,
Ou ainda Deus parou o sol no Oriente.

Bateram na porta do meu quarto.
Minha sobrinha entra após Deus soprar-lhe nas narinas
Correndo para me acordar com seu sorriso
Trazendo o sol de volta.   

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