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PLÍNIO RUAS: UM OLHAR PARA O FUTURO
Revista Griffe

Revista Griffe - ano 4 nº 21

A dinâmica dos dedos em cordas numa sonoridade que estava faltando na nossa música. Plínio Ruas está prestes a brilhar no cenário musical brasileiro

O músico e compositor em entrevista à Griffe fala do passado, presente e futuro, que sem objeção ele prefere. “Futuro! Me projeto sempre pra frente, nunca penso no que foi feito dias atrás. O passado encaro como uma escola. Aprendi muito e coloco em prática no presente pra que o futuro seja mais produtivo”. É o que Plínio Ruas vem fazendo há tempos: produzir, criar e difundir suas próprias canções. Como um cozinheiro perfeccionista, sempre procurando uma mistura diferente, Plínio tempera o som com letras inteligentes, falando de relacionamentos e brincando com sentimentos abstratos e personagens reais do nosso cotidiano. Sua receita é: “Uma letra bem bacana, sem muitas palavras incoerentes, simples e objetiva. Muito sentimento e um refrão bem marcante”.
Hoje Plínio Ruas desfruta do crescimento pessoal e profissional que tanto almejava. Pra isso teve que jogar tudo pro alto, mudar de sua cidade natal, trancar uma faculdade, conciliar trabalho, escola e saudade. Ele diz: “Quando eu morava em Itaú de Minas, tinha uma cobrança muito grande de meus pais a respeito da realização de uma faculdade, pra que eu tivesse uma profissão e tudo mais. A música pra mim sempre veio em primeiro plano, mas foi só com o tempo que eles perceberam que também poderia ser um caminho muito promissor. Assim que comecei a morar sozinho, ser dono do meu próprio nariz (rs), desisti da faculdade de designer e fui em busca da faculdade dos meus sonhos, a de música. É isso que aconselho a todos que perguntam sobre ‘escolhas’. Não viva frustrado, arrisque enquanto há tempo”.
Sua voz não passa despercebida. Inconfundível. A biografia publicada no site Bandas de Garagem afirma: “cantando com calma, Plínio deixa qualquer tipo de agressividade fora da sua voz, tendo uma extensão vocálica bastante apurada.” Para quem nunca tinha freqüentado escola de música, a afinação é o que mais impressiona. A biografia escrita há quatro anos tem muito a ser acrescentado, agora com músicas gravadas, shows realizados, CD independente gravado e um novo ainda em estúdio. A respeito de suas metas ele é categórico: “Primeiro CD! Ter minhas letras reconhecidas. Todo músico sonha com isso um dia. E terminar a faculdade de música”.
Metas já em andamento, pois Plínio está em estúdio gravando seu primeiro CD. Ele nos fala também um pouco de como é estar gravando: “É um trabalho bastante demorado! Às vezes tenho que parar de pensar um pouco, sair do estúdio, tomar um ar (rs). Mas eu que optei desta forma. Um trabalho lento, mas com toda a capacidade musical, bem arranjado, bem produzido. Sem contar que é um barato saber que desta vez estou gravando realmente meu CD. Creio que no começo de 2008 já estaremos com as músicas gravadas. Para o lançamento ainda não temos data.”
A música atual de trabalho “Já não são os mesmos”, está fazendo sucesso na internet, alcançou o quarto lugar das mais ouvidas entre centenas de outras canções. “A música está me surpreendendo”, afirma Ruas, e acrescenta: “Ela não é muito o estilo das outras músicas sabe? Mas também é do meu estilo, se é que você me entende (rs). Realmente é hit, creio que será uma das músicas mais fortes do CD.”
Na era do plágio, CDs piratas, internet, Plínio é totalmente otimista: “Não são todas as pessoas que têm condições para comprar um CD original. Então, que comprem os piratas, o importante é a divulgação do nosso trabalho. Tantas pessoas só estão onde estão por conta disso. É claro que tira parte do lucro das vendas de CD, mas isso é revertido em shows que os próprios CDs piratas colaboraram para que existissem”.
Recentemente Plínio Ruas fez um pequeno show no lançamento do livro Griffensaios. Foi muito aplaudido e animou a livraria Nobel com seu pocket show. “Muito bom! Principalmente por que vi meus amigos se realizando. Um ambiente bem diferente, nunca havia tocado num lançamento de livro, ainda mais de um livro como o Griffensaios. Público interessante é outra coisa, um livro que tem uma canção do meu irmão Reinaldo Reigrimar, o qual tive a honra de representar.”
O poeta, músico e compositor sempre com os pés no chão, sonha com o reconhecimento de sua obra. Já não está sendo mais como inúmeros poemas e músicas esquecidos em gavetas. Estão em estúdio, músicas tocadas em rádios, shows e internet.
Sorriso, pulseiras e piercing na sobrancelha, atitude e estilos próprios compõem a imagem carismática do jovem artista. “Esquecer das origens jamais, falar que sou de ‘Itaú de Minas’, cidade de 15 mil habitantes, no sul de Minas Gerais, dizer tudo isso e sempre colocando um ponto de exclamação no final. Dizer da saudade de casa, e sabendo que é apenas o começo”.
Humildade e inteligência, que percebemos de Plínio Ruas ao receber como resposta palavras como estas: “Meu pai, um astro, meu herói. Minha mãe, minha força, minha águia. Ainda não estou onde quero estar, mas se um dia eu chegar, com certeza não será só por mim, mas sim pelo meu pai e minha mãe. Vai ser o máximo também meu pai ver o sonho que ele tentou no passado se realizar no futuro com o filho dele, não acha? Minhas fontes de inspiração.”

Texto publicado na edição nº 21 da revista Griffe.
www.revistagriffe.blogspot.com

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