onde fui ontem?
pescar no rio d'águas,
com peixes abundantes e ágeis.
andei por ai, igual andarilho,
sem muito tempo pra pensar.
fui de lado
e de frente:
dava dor
ficar
parado!
persegui ruas e
avenidas mal
iluminadas.
tive saudades da
minha terra.
onde nasci
com facilidade.
onde tive pai
e mãe,
mas, hoje,
todos feridos
de morte.
também
avós
e primos.
um montão
de gente que
sempre me
chamava de
meu querido.
não encontrei ninguém,
aparentemente vivo.
hoje sentei um pouco
com velhos e antigos,
antigos amigos.
hoje,amigos de
raspão.
e, de repente,
ao me
sentar e golear
o primeiro abraço,
mergulhei nas levas
na mais incrível
solidão .
solidão forte,
feita por homens.
e comprendi
que estava no
fundo poço:
não mais
havia nada
para sufocar
minha alma.
só não
podia,
- e vocês entendem -,
mais ninguém
por
amar,
e ninguém mais
por chorar.
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