A marca (grife) de automóveis Jaguar começou a veicular um comercial. Para uma grife desse quilate, comum seria se a propaganda também fosse sofisticada: um carrão e vários hábitos de muito bom gosto seriam obrigatórios. Essa composição é clichê, mas é isso que o cliente da Jaguar espera.
Entretanto, a agência de marketing da empresa deve achar que o tradicional consumidor de seus carros é o “macho tóxico” e mirou outro público. A peça publicitária saiu muito “woke” (lacradora) para os mais progressistas, sobretudo para o conservador.
Quem assiste à propaganda fica perdido. Nunca vai suspeitar que é uma propaganda de carro. Se fosse um jogo de adivinhação, qualquer um juraria estar vendo um comercial de roupas ou da São Paulo Fashion Week; se, ali no meio, aparecesse algum carro, certamente pareceria com o filme ‘Priscila, a rainha do deserto’.
Sem dúvida, trata-se de reposicionamento de marca. Porém, a empresa britânica está abandonando seu tradicional público-alvo, com a esperança de agarrar um consumidor mais jovem e moderninho, só que este consumidor pretendido só quer saber de Uber, bicicleta elétrica, patinete e transporte público. Prognóstico: não terá nem um nem outro.
No mundo dos negócios não fica espaço sem alguém que o ocupe. E a sueca Volvo não demorou a ocupá-lo. Enxergando no vacilo da Jaguar uma oportunidade, a montadora escandinava lançou um comercial certeiro: enaltecendo valores humanos e automobilísticos.
Quem acha que a viralização negativa é boa porque dissemina a marca, pode prever a queda tendo como exemplo o que aconteceu com a cerveja Bud Light, que viu suas vendas despencarem depois de uma campanha mal recebida. A cerveja americana conseguiu reposicionar a marca: de líder ao 3º lugar em vendas.
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