As coisas não precisam de você.
Aqueles ovos maravilhosos e eu sozinho na mesa, é solidão de frente pros ovos, lindos mas amarelos sem você.
Na cama o travesseiro parece com você, senhora Wilson, mas meus pés continuam frios, é solidão virada prá cá.
O boteco do Tião quando acende, não é por nós dois e nem lembra o nosso amor, e a feijoada quando chega parece que ja se acabou!
Na caminhada a vida continua, as pessoas não sabem só eu sei; é solidão prá lá e prá cá.
O orgulho é uma roupa que finge estar passada, mas está toda amarrotada, é solidão de tomate esmagado na avenida.
A dor conforta, aos poucos, as folhinhas no vento acham um lugar, é solidão nos cantinhos frios e sujos que somente insetos nos acompanham.
Mas enfim, as coisas não precisam de você, quem disse que eu tinha, que precisa ar, ares novos e vida nova após o luto passar.
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