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Feitura de Donzelas
José Ernesto Kappel

Sou ânsia da água - orgulho de reza -
celebrante de seu brilho,
macero meu destino em seu apanágio,
corro montes pela sua pureza.

Sou vida por sua causa,
sou andante de reis,
nunca sou posto à prova de fogo
e vivo cristalino,o lustroso
exulta de alegria minha rala alma.

Sou ânsia do que vêm da água,
sou coisa fácil, até maleável,
venho de reinos de celebrantes
onde exorcizo meu amor saudável.

Não vim de longe,
vim de lado dela,
vim dos sais,
e me apronto de luz
próximo às pontes.

Água panada !

Não me importo com
geleiras,cursos magoados
de água, com lagos
que nos refletem e prometem:
um dia o que é volátil
será porta de entrada
de nosso amor
instável e inacansável!

Se da água tudo me faz vida
procuro em seu banho-loiro,
minhas forças apreciáveis,
para fazê-la de toda,
meu amor fadado,
um amor que até hoje, só
teve idas, paz e
vertentes das águas de
telhados!

De volta, ninguém falou!

E um dia ela partiu assim:
abriu parte de água,
e se tornou tão etérea
como ave de bom agouro,
banhada pela garoa.

Mas, uso pote encantado,
para guardá-la:
assim, feito de barro,
mas cheio de amarras.

Águas de barrelas!

Sei que água e vinho se misturam,
sei que um faz o outro,
mas meu curso já está feito:
hoje sorvo seu beijo sem suturas,
hoje faço seu dengo,
mas dela faço minha primeira água,
meu primeiro de beijo.

E, se partimos,
um prá um,
dois - de que lado?

Espero com a taça de água
e o ameno vinho,
a hora de você chegar,
e abrirmos a garrafa da vida
a botelha de luz.



A vida agora nos cedra
e nos convida,
para a próxima ceia:
você de branco - igual
a mais pura água -
eu, de vestal, a servi-la
como o mais vasto príncipe.

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