Cada vez mais cresce
dentro em mim a certeza
de que algo vai acontecer.
E um misto de medo
com ansiedade
rebuliça na alma.
Luto ainda com a ansiedade.
Ela me tortura porque não consigo
enxergar para além do silêncio.
E dele tenho medo.
Medo de que seja eterno.
Queria implorar,
pedir que o silêncio deixe
de calar sua voz,
mas já fiz isso
tantas vezes,
e seus ouvidos
já não ouvem mais
meus clamores.
E assim, na dor,
aprendi a deixar
o coração sofrer e esperar.
Esperar pelo presente do amanhã.
Amanhã, que queria, fosse hoje.
Meu único medo é o mesmo
que ouvi de alguém
num cantinho escondidinho
no dia de ontem:
E se não houver amanhã?...
Maria
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