Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
A VIOLÊNCIA COMO INSTRUMENTO SIMBÓLICO
Flora Fernweh

De acordo com o pensador Jean-Paul Sartre, a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. É perceptível que na sociedade contemporânea, a violência é um fenômeno enraizado, no entanto, injustificável, visto que estereótipos e visões fragmentadas acerca da história e da cultura configuram-se como pilares de sustentação do ódio e da inferiorização de um indivíduo em relação ao outro. O simbolismo por trás das relações e interações doentias de domínio nem sempre pode ser facilmente decodificado.
     Sendo a linguagem um sistema simbólico e parte da natureza humana, a construção de preconceitos baseados em ideias simbólicas se exprime por exemplo nas esferas familiar, trabalhista, econômica e socias que envolvam religião, cor, gênero ou opção sexual. Um aspecto fundamental para a existência desse tipo de violência, é o acordo entre ambas as partes, uma disposta a protagonizar o ato e outra, a sofrê-lo passivamente, segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu.
     Devido o fato de a violência simbólica disfarçar-se em prejulgamentos e de manifestar-se de modo sutil, como exemplo nítido, a violência doméstica contra a mulher, salientada pela organização histórico-familiar do patriarcado, o números por mais alarmantes que sejam, não indicam com precisão a grandeza do alcance da violência. Conforme estatísticas apontadas pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, por mais que o número de homicídios tenha reduzido consideravelmente no último ano, os índices de violência doméstica e de feminicídio cresceram, o que retrata a persistência da ideia de que todo tipo de violência se resume a uma só causa, a própria interpretação unilateral da realidade brasileira é frequentemente encarada a partir de um pressuposto simbólico.
     É essencial que a tentativa de naturalizar a violência seja uma prática a ser combatida pelos mais diversos setores da sociedade, as minorias e grupos vulneráveis são largamente afetados por uma visão equivocada e estereotipada a respeito daquilo que na realidade são ou constituem. Fragmentos históricos e a parcialidade de sua atuação não devem ser variáveis que consolidem a identidade social de mulheres, negros, homossexuais e demais grupos considerados alvos. A luta por eliminar barreiras e preconceitos não é recente, é fundamental o retorno às origens da humanidade, à inadagação a respeito da dignidade e integridade do próximo, na busca por relações que não sejam mediadas meramente por rótulos, mas sim pelo valor de seu caráter.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
Número de vezes que este texto foi lido: 59459


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Me procuro Flora Fernweh
Poesias Definição de amor Flora Fernweh
Resenhas O barco das crianças - impressões pessoais Flora Fernweh
Resenhas Arte como terapia - impressões pessoais Flora Fernweh
Resenhas O profeta, de Khalil Gibran - impressões pessoais Flora Fernweh
Resenhas As coisas que você só vê quando desacelera- impressões Flora Fernweh
Resenhas O império e os novos bárbaros - impressões pessoais Flora Fernweh
Resenhas A menina que roubava livros - breves impressões pessoais Flora Fernweh
Poesias Te dedico um poema de amor Flora Fernweh
Sonetos A pele da flor Flora Fernweh

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 51 até 60 de um total de 420.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
MORTE, O PARADOXO DIVINO DA VIDA - Pedro Paulo Rodrigues Cardoso de Melo 59980 Visitas
Colunista social português assassinado por suposto namorado - Carlos Rogério Lima da Mota 59973 Visitas
No Caminho de João - José Ernesto Kappel 59973 Visitas
Coisas de Doer - José Ernesto Kappel 59961 Visitas
Ganhei Na Loteria! - J. Miguel 59958 Visitas
NEVEGANDO NA HISTORIA DA EDUCAÇÃO - francisco carlos de aguiar neto 59957 Visitas
Pássaro de Dois - José Ernesto Kappel 59956 Visitas
Ter - Anderson C. D. de Oliveira 59955 Visitas
Rosas de Ocasião - José Ernesto Kappel 59950 Visitas
Jogada de menino - Ana Maria de Souza Mello 59948 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última