Posso escolher
o que posso fazer
numa noite de chuva
entre ventanias e tempestades bruscas.

Em minha miragem,
não é apenas paisagem
a chuva que cai em cima de mim
como o estresse a me engolir assim.

Sem escapatória,
a chuva canta vitória
dominando a liberdade
presa na timidez e ansiedade.

O impacto da chuva
me torna uma escrava muda
sem nem poer resistir minimamente
do estrago dela à minha mente.

Cansada de tomar chuva na cara,
vou para a minha casa de forma renunciada.
Da janela, eu simplesmente observo
a chuva cair na cidade em pleno inverno.

Observo passar a ansiedade
não sendo parte da minha personalidade.
Observo passar a timidez
não sendo mais presa à minha insensatez.

Não me cobro
a me dominar quando choro
e todo o meu corpo a enfrentar a chuva estando nela;
eu apenas me percebo como observadora na janela.

Eu planejo as minhas decisões
não impregnadas pelas ilusões
de que a adversidade escraviza o sujeito
que precisa a domar de qualquer jeito...

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