Pelas frestas de
qualquer tempo e de
um tempo qualquer
voam os meus versos,
como nuvens levadas
pelos ventos.
Ora ovos, ora bicos,
ora asas, ora bocas,
mãos, pés, salivação,
signos, sangue e suor,
para além de
mera contemplação.
Terra marrom e nuvens
nos Céus e Mares azuis.
Açúcar e sal a compor
o sabor agridoce das
lágrimas eventuais.
Ora sorrisos e alegrias.
Ora a tristeza do choro.
Ora devaneios e provocação.
Ora beijos e abraços.
Ora veneno, ora antídoto.
Viajando como quem degusta
e recomenda compartilhar.
Ora flores, ora espinhos.
Ora naufrágio, ora salvação anunciada.
Ora estrada sem algum sentido.
Ora caminho seguro pra seguir.
Ora ritmo e métrica bem delineados,
musicalidade e rima perfeita.
Ora liberdade pra dizer ou não,
sem se preocupar com estilo,
técnica, nem modo de composição.
Ora livre para desenhar combustão.
Ora bombeiro para apagar o fogo.
Ora avaliando perdas e danos.
Ora invadindo os escombros,
para resgatar de entre as cinzas,
em meio ao carvão e a fumaça
de coisas, carne e ossos decompostos.
Meus versos são
como fogo da alma
que se expande e se solta.
Meus versos vão
livres no ar
de um tempo qualquer
e de qualquer tempo,
como nuvens levadas
pelo vento.
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Biografia: Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, com publicações em coletâneas da Shan Editores, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências em http://bookess.com e Lâminas e Recortes em Widbook.com
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