Mergulhando entre as sombras
como quem quer ser linguagem,
como quem quer ser estandarte,
como quem quer o similar e o diferente,
como quem quer o ser e os seus reflexos,
tentando descobrir concepções, histórias,
valores, comportamentos, merecimentos
e recompensas dos crimes e castigos.
Nos umbrais da porta,
janelas fechadas,
cordas do violino quebradas
e no coração ferido
melodias sem sentido,
Retratado como cantor sem língua,
como dançarino sem pernas,
pássaro sem asas,
palhaço sem graça,
por saber que nem tudo passa
vai morrendo sempre à míngua.
Com quase nada ao seu entorno,
vitimado por turbulentas águas
do constante e insistente retorno.
Ora mirando o Rio Negro
e sentindo intenso pavor,
com os pelos arrepiados
e o rosto perdendo a cor.
Como se estivesse diante do Mar Morto,
prestes a perder os sentidos, absorto,
abstraído por não ver o seu rosto refletido.
Vendo nos colchões e lençóis da densa noite
e em outros gigantescos mares abertos
embarcações que naufragam aos açoites
e são conduzidas a destinos incertos.
Cordas do violino quebradas
e no coração ferido
melodias sem sentido.
Cantor sem língua,
dançarino sem pernas,
morrendo à míngua.
Pássaro sem asas,
palhaço sem graça,
morrendo à míngua.
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Biografia: Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, com publicações em coletâneas da Shan Editores, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências em http://bookess.com e Lâminas e Recortes em Widbook.com
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