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Minha cidade
Mateus A. Dal Bello

Crônica n° 12: minha cidade

Minha cidade cresce como qualquer outra. Acelerada, industrializada e descontrolada. Tem os problemas mais comuns como a poluição, trânsito, falta de áreas de lazer, segurança e a idolatria política. Dizem que é o progresso chegando ou uma benção para nossa terra. Investimentos para sairmos do atraso. Muito dinheiro sendo movimentado e nossos representantes sempre trabalhando pelo bem maior.
Minha cidade ainda guarda aquele toque do interior. Uma praça oval com sua igreja matriz, calçada portuguesa, bancos para conversar, pouco comércio e pessoas que se conhecem pelo sobrenome. Mas problema é o ritmo acelerado. Trânsito desnecessário, barulho desanimador.
Minha cidade tem a avidez para grandes projetos, investimentos e guerras políticas. Mas ainda não percebe que carrega no nome, uma ave em extinção. Carrega em seus emblemas a foto de um pássaro, o que muitos não conhecem, in memorian. Não percebe que destrói a cada dia suas reservas de mata atlântica. Não se contenta em sacrificar o pouco verde que ainda tem, mas ainda crê que o lixo pode ser armazenado perto da água a qual bebemos. Tudo por um bem maior. Em pouco tempo será a alma da cidade que estará in memorian.
A Cada quatro anos acontece uma nova cruzada. Onde o discurso é firmado em benéfico sempre do povo, discurso para vender idéias sob sua ótica. Os populares ficam atordoados e entram nessa guerra. Quando na verdade todos sabem o significado de mais uma cruzada.
Minha cidade cresceu e não tem mais os ribeirões das histórias dos meus pais. Não posso pescar ou nadar neles. Estão sujos ou secos, alguns até mudam de cor. Tenho medo do que posso deixar aos meus filhos.
Minha cidade não tem mais tradição. Não tem mais as alegres festas da paróquia. Os construtores da cidade foram deixados de lado. Muitos não sabem o chão que pisam e muito menos a sua história. A bola da vez é a bancada da bíblia, o pastoreio de votos pela cidade.
Minha cidade avolumou-se e agora é do mundo. Globalizada. Industrializada. Rota para grandes cidades. Legados esquecidos. As histórias que ouvia na rua já são abafadas por buzinas e gritos.
A verdade é que avultam minha cidade como uma nova capital de investimentos. Cidade modelo. Padrão empresarial e Berço produtor. Quando na mais dura realidade, ela é mais uma peça de uma metrópole que tira todos os recursos desta terra e levam para outro lugar.Minha cidade tem problemas.

E quem dera fosse só a minha cidade.


Este texto é administrado por: Mateus Andrade Dal Bello
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