um dia,
dia sim, dia não,
chamei meu pai de
pedra
e minha mãe de flor de lis.
um dia chamei meu mestre de dono
e meu oeste de decepção,
meu norte de esperança,
já que lá no sul
debruava
choros de mulheres
vestidas de camaleão.
um dia chamei
meu amor de vida
e minha morte de vazio,
chamei o rei de basco
e a rainha de olhar
bem ocasional.
e pela vida fui chamando
até, que de algum lugar,
onde se fala amando,
me mandaram chamar.
então, minha amante
chamou o féretro,
enquanto, minha amada,
chorava feito
rosas sem adorno.
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