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Widralino

Fecham-se as cortinas do quarto
Inicia-se o espectáculo
Com uma pêra presa entre as mãos
Aguardas por mim no tabernáculo

Deixaste a porta aberta
Fizeste fundir as luzes
E mordes a estrutura pontiaguda da fruta
Que abala o alto das cruzes

Estás esticada
Esperneada
Como quem não quer nada
Mas sequer tens vestimenta
Te acendeste e estás em chamas

Não consigo apagar
Esse fogo que há em ti
Chove como água
Meu extintor foi extinguido
Ao queimar-se no teu pito

Não deu pra conter a intenção
De correr pra ti com as calças arreadas
E entrelaçar os abdómens
Para suster bem as remadas

Gritas "ah"... Fazes "uh"
Mas o foco se mantém
Sais de ti e eu de mim
Somos de nós reféns

Seguimos o traçado das linhas
Com honestidade e sensatez
Como se fosse uma regra inviolável
Mantermo-nos no cuno por todas duma vez

A uma velocidade incontrolável
Giro o mexerico
Com pendor e isenção
Tuas mabangas paparico

No silêncio falador do casulo
Fico fulo e pulo-te pra cima
Combino sôfregas chupadas
Como se fossem rimas

Deito-me nas bochechas do teu tórax
Seios desenvolvidos como mamão
Xuxas de bruchismo pro exorcismo
Por desapertar a tentação

Desprendida de tudo que cobre
Estás como vieste ao mundo
Nos meus braços estendida
Sem paleios te fecundo

Distribuo moléculas
Crio células, dou vidas
Por ser o deus da noite
Fecho todas as saídas

Teu sutiã está pendurado
Algures no campo de batalha
Só te restam os cabelos
A cona e a própria fala

O perdão, não o descanso
O saber enfrentar
A severidade da linguiça
Que não recua em te devorar

Pinga sereno e constrangedor
Água branca e condensada
Sendo que por mais que te entregues ao sol
Volto e deixo-te molhada.


Biografia:
Sou um guardião do alheio, procuro por mim mesmo desde sempre...
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