Romântico eu usufruo
Do mesmo
Caminho,
Por onde a manada inspira
O mundo de tal multidão infinita.
E mesmo o anseio com minhas escolhas,
Aguardo.
Verei senão uma ruína
Tocar meus pés,
Força maligna feita
De amor,
Um pedaço de vida comigo, [um]
Instante que seja contínua passagem
Da vida por onde se põe ao meu lado
O nome da índole: é triste,
Se não
Podemos viver senão uma ruína
Coberta de sonhos,
Formada por peças
Arcaicas e cheias de cor,
Alterado
O curso, porque a razão quer sonhar.
Sonhar com véu branco molhado de lágrimas,
Vividas (que eu não compreendo o percurso),
Marcando o ar acatado de acordo
Com suas parcelas de azul e de terra,
Visito, amiúde, à força da mente.
Não mais, expurgar-lhe os cabelos molhados,
Compridos, cinzentos,
Os olhos fechados
Na morte, em vida, a cada manhã.
Preciso é de ar,
Entrelaço meus dedos
Com sono profundo,
Um homem e uma
Vontade e bastante cansaço do mundo,
Percebe qualquer habitante de si,
Mais cega alguma loucura o separa
Do seu coração desvendado e sem gosto.
Sonhar com véu branco molhado de lágrimas:
Cansada de rir, a verdade.
E a verdade,
Possível, será diferente e melhor
Que a noite das lágrimas presas por dentro,
Tentando isolar a pessoa vazia,
De tanto que a esquece no gosto das coisas,
De tanto que a perde na câmara neutra,
Convicto nunca do próximo passo
Suspenso na lua brilhante,
Em estado
Alheio às leis, hipnótico,
Enfim,
Flutua na lua de pedra o motivo,
Maldito,
Que quer esconder com os véus;
Não há ilusão encobrindo o meu rosto,
Mas há ilusão enredando o meu mundo.
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