A dança do ventre |
milton oliveira |
A bailarina não é negra
A porta-bandeira negra
A dançarina é moura
A música a todas chega
Chega um tempo
Que nada faz sentido
Sentimos tanto
Sentimos muito
A bailarina e seus pés delicados
A porta-bandeira e sua força
A dançarina e sua corte
Chega um vento e leva tudo
Embaralha as cartas, o destino
Ventamos tanto
Sopramos muito
A bailarina sobre a caixa
Rodopia em parafuso
A porta-bandeira na avenida
Rodopia o seu pavilhão
A dançarina sorve a noite
Chega um mar e salga o mundo
Chega um mar e sua fúria
Morremos tanto
Morremos muito
Olha a bailarina no salão
Olha a porta-bandeira no salão
Olha dançarina no salão
Quanto isso nos custa
Vivemos tanto
Vivíamos muito
Milton Oliveira
17ago/2017
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Biografia: escritor amador |
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