Semanas a fio peguei a lua e a desfiz em fiapos de luares
acentuei delírios e pus sobre as velhas ondas dos mares
fragmentos de versos de amor que recendiam a saudade
pássaros entonteciam e cantavam voando pelos ares...

Aqueles livros mudos no alto da estante
os desci à terra e fiz que falassem de seus argumentos
uma a um recuperaram aquela cor brilhante
que nunca envelhece nem por fora e nem por dentro...

Cor? jamais desaparece...
Se uma pedra se torna cinza um olhar brilha o verde
se um móvel envelhece e se torna amarelado
o copo sempre servirá a matar a sede
de todo peregrino perdido ou achado...

A música depois que acontece
voa pelo mundo e nunca mais evanesce
sei que teu poema tem a duração do teu querer
as sombras são filhas que a luz tem que tecer...

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