Manuel, funcionário da prefeitura, com 53 anos de idade, conheceu por acaso Maria Erotildes, na Avenida Sampaio Vidal, garota de programa, com sífilis, anemia profunda, magra como um cipó e ainda faltava-lhes os dentes da frente.
Manuel tirou Maria Erotildes da rua, e foi morar num casarão na Rua da Saudade, pagou ginecologista, dentista, salão de beleza e ainda fazia todos os gostos da menina carente.
O tempo passou-se e Maria Erotildes, transformou-se numa gazela bonita e logo apaixonou-se pelo carteiro.
Manuel não queria fazer rebu. Podia dar um safanão, um tiro certeiro, uma punhalada no coração. Mas tinha a paciência de Jó, simplesmente não fez nada disso: mudou de casa mais uma vez. Viveram sete anos assim.
Toda vez que Maria Erotildes se engraçava com um novo namorado, Manuel mudava de casa e de bairro.
Os amantes foram carteiros, padeiros, bombeiros, pedreiros, encanadores, vendedores, borracheiros e até um velho sorveteiro.
Por fim na Praça da Bandeira, onde Manuel, cego dos sentidos e de inteligência, matou-a com sete facadas, e quando a polícia chegou no local, ela foi encontrada caída em decúbito dorsal e vestia um lindo vestido vermelho da Chanel.
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