Meu ser ferido em lágrimas se desfazia,
Esvaindo-se em gotas das dores o ensejo,
Do alívio de tal penar o despejo,
No oceano do esquecimento a valia.
Dos sofrimentos a covardia,
Cálice amargo do amor ao desejo,
E das notas de uma música triste o arpejo,
Canto inibido da vida em agonia.
Em meu desdém peço ao vento que leve
Do meu pesar o desalento
Que insinua que o meu coração não serve.
Minh'alma deságua em sentimento
Lavando-me enquanto meu sangue ferve
Queimando no calor do arrependimento.
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