Confesso meu crime: ser um retrato;
Ser, em relato, um secreto disfarce;
Todos temos retratos secretos,
Mas não são crimes... são faces;
São teorizações em objetos sublimes;
Pensamentos guardados, em nevoeiros conhecidos
E fechados, a outros no abstrato,
Pela experiência de dias vividos;
Tenho um retrato secreto... como você!
É uma foto de aparência, pois na conveniência
Não existe no “por quê?”...
Apenas o retrato secreto a conhece.
Na forma singular, em estatuto íntimo estabelece
A máscara intrínseca que ninguém vê;
Lá está tudo o que pensamos e não dizemos,
Todos os sonhos escondidos,
As coisas boas e más que um dia faremos
E os caminhos ainda desconhecidos...
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