O mando do homem acaba quando começa o do criador
O homem ergue a muralha e a derruba o sopro do antigo construtor
O mando do homem fenece quando surge a aurora da criação
O homem separa os homens e vem o anjo e faz a ajuntação...

Somos crédulos na foice e na pá e na máquina que demole
Incrédulos somos nas ventanias que ceifam pesadelos humanos
Somos aqueles que creem que só uma ambulância nos socorre
Que o espaço reservado pode separar os sanos dos insanos...

O poderio do homem encontra o crepúsculo em sua temporalidade
O homem elege o vazio como o nada de seu tudo falso e vago
O homem se depara com todas as mentiras e uma só verdade
Quando retira o véu e vê toda a eternidade por acaso em algo...

O homem só volta a ser homem quando desbasta as suas unhas
E reaprende a afagar o cão que late e o filho que de perto não some
O homem só percebe quando o chamam pelo nome e não por alcunha
Obra de um criador que lhe deu a luz que o ilumina e em si o consome...

O homem quando deixa a Terra já não olha para trás sequer uma vez
Mistura-se ao elementos vitais que tornam este planeta sustentável
Talvez um livro também perecível conte o que ele um dia aqui fez
Enquanto gira no cosmos sua casa de um modo único e admirável...

Outros títulos do mesmo autor