Derramar-me com palavras e deitar meu coração sobre o papel.
Rasgar os versos sem que se precisem pronunciá-los com os lábios cada um deles.
Eis a lida de quem ama a escrita, todavia é precipitado dizer que exista algum trabalho ou pesar em fazê-los, uma vez que os derramar aqui é mais um gozo do que necessariamente um labutar.
Penoso na escrita é o deixar de compor, é entregar ao vento as palavras e não eternizá-las em papeis, que em si mesmos não são eternos.
É que escrever é tão profundo e complexo que chega a linha do simples e raso e se assemelha a mergulhar e emergir quantas vezes for preciso para que aquilo que se esteja compondo tenha à medida do sentimento que se deseja pleitear. Mas não te incomodes que os versos ainda não se calaram e tanto o raso como o profundo podem ser sentidos à medida que entrares, te aquietares e ficares.
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