Por Jonathan Edwards
A união com Deus ao compartilhar a alegria que ele tem em si mesmo será eternamente crescente
Se Deus tem deferência por algo na criatura, algo que ele considera de duração eterna e algo que se eleva cada vez mais ao longo dessa duração infinita, não com celeridade cada vez menor (mas talvez até maior), tem deferência por tal coisa na sua totalidade, na sua altura infinita, apesar de sabermos que jamais haverá um momento em que será possível dizer que tal coisa alcançou essa altura.
Representemos a união com Deus como algo que se encontra a uma altura infinita acima de nós, e a união eternamente crescente dos santos com Deus como algo que se eleva constantemente em direção a essa altura infinita, sobe a determinada velocidade e se move desse modo por toda a eternidade; Deus, que vê a totalidade dessa altura eternamente crescente, a vê como uma altura infinita. E se ele tem deferência por ela e faz dela o seu fim, tem deferência por ela na sua totalidade como uma altura infinita, apesar de ser fato que jamais haverá um momento em que será possível dizer que essa altura infinita foi alcançada.
Deus tem como objetivo aquilo que é visado pelo movimento ou pela progressão que ele causa, aquilo para o que ele tende. Se há diversas coisas que devem ser, desse modo, feitas e designadas e que, por um movimento constante e eterno, tendem todas para determinado centro, nos parece que o criador dessas coisas, que é a causa do seu movimento, tem como objetivo esse determinado centro e o ponto final desse movimento, para o qual elas tendem eternamente e o qual estão, por assim dizer, se esforçando eternamente para alcançar. Se Deus é esse centro, Deus determinou a si mesmo como objetivo, ficando claro, portanto, que, como autor da existência e do movimento dessas coisas, ele também é o seu fim último, o ponto final, ao qual elas visam e para o qual elas tendem de modo supremo.
Podemos concluir qual é o fim visado pelo Criador, na existência, natureza e tendência que ele confere à criatura, ao considerar o objetivo ou ponto final que ela busca todo tempo na sua tendência e no seu progresso eterno, mesmo sabendo que jamais chegará um momento em que se possa dizer que esse objetivo foi alcançado da maneira mais absolutamente perfeita.
Porém, se a perfeição da união com Deus foi tida como, desse modo, infinitamente exaltada, a criatura deve ser considerada igualmente próxima e intimamente unida com Deus. Quando a criatura é vista desse modo, o seu interesse também deve ser considerado semelhante ao interesse de Deus e, portanto, não ser tido de modo disjunto [isto é, desassociado] e separado, mas sim indiviso. E, quanto a qualquer dificuldade em conciliar o fato de Deus não fazer da criatura o seu fim supremo - tendo por ela uma reverência particularmente distinta da reverência que possui por si mesmo - com sua benevolência e graça abundante, e com a obrigação de gratidão por parte da criatura, devemos remeter o leitor ao Capítulo Um, Seção Quatro, Objeção Quatro, em que essa objeção é examinada e respondida detalhadamente.
Se, pela intimidade da união entre um homem e sua família, os interesses do primeiro e desta última podem ser considerados os mesmos, quanto mais, então, os interesses de Cristo e de sua igreja - cuja união essencial no céu é inexprimivelmente mais perfeita e exaltada do que aquela de um pai com a sua família - quando considerados com base em sua união eterna e crescente. Sem dúvida, podemos julgar que esses interesses são de tal modo semelhantes que não são buscados de forma distinta e separada, mas sim indivisa. Por certo, aquilo que Deus intentou na criação do mundo foi o bem que seria decorrente da criação na continuidade total daquilo que foi criado.
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