Castro Alves Já falava
Do hediondo navio negreiro,
Coisa que despertava,
A consciência do mundo inteiro.
Homens de pele escura
Enfrentavam grande agrura
Em território brasileiro!
Espalhados por todo canto,
Bem longe do seu torrão,
Inválido, era o pranto,
Que inundava o chão.
Trabalhavam sem salários
Pra classe dos salafrários
Em desumana escravidão!
A Santa Igreja Romana,
Rezando ave-maria,
Numa atitude profana
Passivamente incorria.
Do púlpito apregoava:
De negro, Deus não gostava,
Por isso, negro sofria!
Debaixo do azul do céu
Todos tinham igualdade:
Assim pensava Isabel,
Princesa cheia de piedade,
Coração justo, mente pura ...
Aboliu a escravatura
Proclamando a Negra Liberdade!
Hoje o negro é cidadão,
(Porque tem esse direito)
Membro útil da nação,
Mas não está satisfeito.
Um fato é muito certo:
Ainda não foi liberto
Das correntes do preconceito!
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