Cheguei
bem de
mansinho
Na pontinha
dos pés
Não queria
acordá-lo.
Fiquei ali,
bem perto olhando
Estava tão lindo
em seu sono.
Nem parecia
que tanto
tinha sofrido
Pelas ruas
do destino.
Fiquei
a olhar
sua pele
Tão de cor,
às vezes
amarelada.
E ele
a dormir.
Em paz.
Calma paz.
Bem baixinho,
para não
assustá-lo,
Com carinho,
muita candura,
Cochichei
algumas
palavras
em seu
ouvido.
Ao ouví-las,
acordou,
Levantou
os olhos,
sonolento
E me olhou
assim
de um
jeitinho,
Sem jeito
de se saber,
Mas parecia
me reconhecer
Percebi
um vago
brilho.
Ah, assim,
desse jeito,
não resisti.
Estendi a mão
Com a intenção,
De acariciá-lo
devagarinho,
Por entre
seus olhos,
seu corpo
E assim
enchê-lo
de carinho
Que por dias
ele perdeu.
Levei mão
e retira
depressa,
E não é
que meu cão
me mordeu?!
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