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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NO MEIO RURAL
MEIO RURAL
Ismael Monteiro

Resumo:
Este artigo tem como objetivo fazer uma análise da importância da educação no meio rural.

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NO MEIO RURAL


Resumo


A necessidade de uma articulação entre a prática pedagógica realizada pela escola e as práticas sociais do homem do campo é de vital importância, pois implica em transformar a escola num instrumento que opere a vinculação do saber universal, com o saber alternativo que vem sendo gestado nas práticas sociais. Neste sentido, este artigo tem como propósito, examinar a importância da educação no meio rural, partindo de análises teóricas e mostrando alguns exemplos que atestam essa importância. O assunto é relevante, pois permite conhecer o que está sendo feito na prática, como a Escola do Movimento dos sem Terras (MST), o projeto “Desenvolvimento Sustentável e Solidário”, elaborado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul – FETRAF-SUL, dentre outros. Todos esses movimentos atestam a importância da educação na área rural, que não deve ser meta apenas de entidades particulares, mas como uma obrigação dos governos federal, estaduais e municipais.
Palavras-chave: importância, educação, meio rural, movimentos.


Introdução

     Desde o início da década de 1990, está ocorrendo no Brasil o desenvolvimento do ideal e práticas democráticas. Essa democratização se faz presente em várias localidades do País, apesar do seu enfraquecimento a partir da implantação das políticas neoliberais que têm exigido muitos ajustes estruturais. Neste sentido, o Estado dá sinais de abertura, num momento em que a sociedade questiona a sua capacidade de dar conta dos problemas crescentes da exclusão e da desigualdade social.
     Tratando-se do meio rural, vários movimentos se voltaram para os assuntos que afetam os excluídos da modernização, como o pequeno agricultor e o trabalhador rural. Neste sentido, as profundas transformações no mundo rural têm gerado várias formas de inserção do setor produtivo agrícola aos novos padrões de produção e consumo, clarificando argumentos da necessidade de se conhecer este novo panorama que se apresenta no cenário rural.
     Ressalte-se que uma das vertentes dessa transformação no meio rural passa pela educação. O movimento da educação no meio rural tem em seu âmago a luta do povo do campo por políticas públicas que garantam o seu direito à educação.
     Neste sentido, este artigo tem como objetivo examinar a importância da educação no meio rural, partindo de análises teóricas e mostrando alguns exemplos que atestam essa importância.

Desenvolvimento

     O ato de transformar-se e de transformar a sua realidade tem sido reconhecido como uma tarefa do sujeito. Para isso, o sujeito tem procurado um espaço que lhe proporcione momentos de reflexão e conscientização de seu papel no movimento das transformações. Este espaço precisa consolidar-se por uma educação comprometida com a sua realidade de inserção, ou seja, uma educação que eleve a capacidade do sujeito de se expandir crítica e historicamente, preparando-o para uma participação mais efetiva na comunidade.
     Neste sentido, deve ser abandonada a concepção de educação “bancária”, pois esta serve à dominação e nega a dialogicidade, em favor da adoção de uma concepção educacional problematizadora, que leve à libertação, cujo apoio consiste no diálogo entre o educador e educando.
     Deve ser estabelecida então, uma prática de liberdade de se conhecer, de preservar seus valores culturais e do seu saber, pois “quanto mais se problematizam os educandos, como seres do mundo e com o mundo, tanto mais se sentirão desafiados. Tão mais desafiados, quanto mais obrigados a responder ao desafio. Desafiados, compreendem o desafio na própria ação de captá-lo”, segundo Freire (1979, p. 80).
     No âmago desse processo, encontra-se a necessidade de uma articulação entre a prática pedagógica realizada pela escola (que deve ser redimensionada) e as práticas sociais do homem do campo. Certamente, isso implica em transformar a escola num instrumento que opere a vinculação do saber dito universal, com o saber alternativo que vem sendo gestado nas práticas sociais.
     Sob essa ótica, como diz Arroyo (1987), a escola rural deve ser reconhecida como uma árvore vigorosa e florescente dos movimentos sociais, pois esse caminho permite que o trabalhador passe da condição de receptor para a de produtor do conhecimento.
     Na visão dos trabalhadores rurais, o eixo para se buscar a transformação da educação reside em considerar as relações de trabalho como as bases a partir das quais a educação popular como um todo e a escola em particular devem ser repensados.
     Contudo, as divergências em relação ao tipo de educação rural existente nas variadas práticas espalhadas pelo Brasil, evidenciam os esforços de utilização do ensino determinando o projeto de expansão e de supremacia das elites sobre o mundo rural. Nesta direção, a estratégia utilizada, consiste na manutenção do controle dos descontentamentos e conflitos originados no modelo de desenvolvimento excludente. “A escola que hoje tempos atualmente instalada em zonas rurais não é nem rural e nem urbana, ou seja, ela é uma instituição freqüentada por crianças de origem e criação rural, e manejada por professores de formação, origem e residência urbana, lidando conteúdo estranho à cultura e vida rural, segundo Marques e Guenther (1998, p. 53).
     Ao interferir em todas as áreas da vida humana, especialmente pela ação dos conteúdos ensinados, essa ação deformadora tem provocado um impacto bastante negativo junto às culturas específicas. Esta ação tem como finalidade, estimular a substituição de valores de consumo, marcados pela utilização do que se adquire, por produtos que demonstram sua utilidade temporária.
     Por sua vez, Caldart citada por Arroyo et al (2004) destaca a importância de se construir uma escola no campo, que tem que ser vista como um lugar onde especialmente as crianças e os jovens possam sentir orgulho desta origem e deste destino. Esta construção deve partir do projeto educativo dos sujeitos do campo, tendo o cuidado de trazer para dentro da escola as matrizes pedagógicas ligadas às práticas sociais, ou mais especificamente, combinar estudo com trabalho, com cultura, com organização coletiva, com uma postura de transformar o mundo.
     Mas, para isso, é necessário conceber um desenho educacional que trabalhe a produção do conhecimento desde questões relevantes para a intervenção social nessa realidade, até os aspectos mais simples do cotidiano dos alunos. Esta ação deve capacitar os envolvidos a analisar seus distintos interesses e contradições na sociedade, articulando-se e desenvolvendo-se possibilidades emancipatórias em espaços específicos, privilegiando o aluno “como entidade coletiva, na qualidade de sujeito deste processo de recriação da educação, como meio para assegurar a recriação da cultura mediante a apropriação do saber científico, e a reelaboração deste em função dos seus interesses”, como fala Damasceno (1993, p. 72).
     Neste enfoque, o compromisso assumido por uma educação rural transformadora com a cultura do povo do campo deve implicar no seu resgate, conservação e recriação, tendo como eixos fundamentais, a educação dos valores, no sentido da escolha entre valores humanos e anti-humanos, que se coloca hoje como elemento decisivo nas opções econômicas, políticas e sociais em relação ao modelo de desenvolvimento do País.
     Ribeiro (2005) em seu artigo “Uma escola básica do campo como condição estratégica para o desenvolvimento sustentável”, revela que a construção de uma escola rural ideal, seria a formadora de homens e mulheres, que não separa o trabalho e a formação, que se articula com a produção, o meio ambiente e o mercado, que se constitui em um polo cultural, em espaço integrado e integrador de experiências, de aprendizados, de participação, de produção de novos conhecimentos, de constituição de identidades indígenas e camponesas, pessoais e coletivas, na luta por direitos e contra a discriminação e a opressão. Para a autora, esta seria uma escola para integrar campo e cidade sem subordinação nem da cidade, nem do campo, ou seja, seria uma escola para enraizar ainda mais os jovens em sua realidade, para formar homens e mulheres em compromisso com seu trabalho, sua cultura, sua vida, sua comunidade, um compromisso com um mundo em que haja justiça, solidariedade, democracia, respeito à diferença na igualdade de condições de vida, trabalho e participação política.
     Souza (2005) faz um retrospecto histórico da educação rural no Brasil, deixando claro que a mesma relaciona-se à história do país, como produto de uma nova dinâmica do capitalismo em desenvolvimento que desafiava o pólo modernizador a agrupar uma estrutura agrária caracterizada, pelo predomínio do latifúndio, pelo atraso tecnológico e pela alta exploração do trabalho. No entender da autora, a trajetória da educação rural inclui-se na dinâmica de modernização do campo, assumindo um papel decisivo no processo de expropriação, proletarização e controle dos trabalhadores rurais.
     Nesta caminhada em busca da importância da escola rural, há vários exemplos que merecem ser citados.
     O Movimento dos Sem Terras (MST) e a Escola é um dos exemplos mais significativos. A Escola do MST está vinculada a um movimento de luta social pela Reforma Agrária no Brasil, tendo como base a Pedagogia do Movimento. É uma escola que tem no seu centro o ser humano, que é enfocado como sujeito de direitos, como ser em construção, respeitando as suas temporalidades. A constituição desse movimento só foi possível tendo o diálogo do sujeito com os professores, através de algumas pedagogias citadas, em síntese, por Arroyo et al. (2005):
a)     pedagogia da luta social: educa para a capacidade de pressionar as circunstâncias para que fiquem diferentes do que são;
b)     pedagogia da organização coletiva: na qual, a escola funciona como uma cooperativa de aprendizagem e o coletivo assume a co-responsabilidade de educar o coletivo;
c)     pedagogia da terra: nessa vertente, percebe-se a historicidade do cultivo da terra e da sociedade, o manuseio cuidadoso da terra para garantir mais vida e a educação ambiental;
d)     pedagogia do trabalho e da produção: na qual, através do trabalho, o educando produz conhecimento, cria habilidades e forma sua consciência;
e)     pedagogia da cultura: na qual, o ser humano se educa através das suas relações, com o diálogo, aprende com o exemplo, olhando como os outros fazem e o jeito como os outros são;
f)     pedagogia da história: deixa de ver a história somente como uma disciplina, para encará-la como uma dimensão importante de todo o processo educativo;
g)     pedagogia da alternância: é o processo de fazer a escola com dois momentos: a) o tempo escola, onde os educandos têm aulas teóricas e práticas e, b) o tempo comunidade, que é o momento onde os educandos realizam atividades de pesquisa da sua realidade.
     O sistema de educação implantado pelo MST, como se observa, tem a atividade de garantir o ambiente educativo da escola, envolvendo não só os educandos, mas também a comunidade em sua construção, ou seja, a educação ocorre no coletivo.
     Neste campo da educação/formação a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul – FETRAF-SUL, coordenada pela Central Única dos Trabalhadores – CUT, cujo principal objetivo é a consolidação de um projeto de “Desenvolvimento Sustentável e Solidário”, articulando parcerias com organizações que tenham afinidade político-ideológica em defesa de uma agricultura familiar, com a finalidade de realizar experiências na área da formação profissional, segundo Sandri e Souza (2005).
     A FETRAF-SUL desenvolve o projeto “Terra Solidária”, estruturado em torno de conteúdos que dêem conta de todas as necessidades da agricultura familiar, a formação profissional, a capacitação no campo político, técnico e econômico, a troca de conhecimentos entre os agricultores, a intervenção nas cadeias produtivas, tendo como base a agroecologia e a sustentabilidade e a transformação das relações sociais.
     Esse projeto tem como objetivo, a formação de sujeitos capazes de construir uma nova sociedade, solidária, sem exclusão, como também, uma nova agricultura, agroecológica, respeitando a vida e o meio ambiente. Muitos teóricos acham que essa formação profissional pode ser identificada como uma forma de educação para a cidadania, porque propõe estratégias e conteúdos que vão além do conhecimento técnico. Para alcançar seus objetivos, são utilizados como instrumentos: a execução de cursos, treinamentos e seminários, dando ênfase às atividades práticas para que os alunos possam assimilar com mais rapidez os conteúdos repassados.
     Outra iniciativa que merece destaque é a Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural – ASSESOAR, criada em 1966, com o apoio dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus, profissionais liberais e empresários de Francisco Beltrão. Esta associação desenvolve projetos educacionais para o setor rural, voltados para a formação integral do ser humano e tem como princípio a autonomia dos agricultores. Seus principais projetos são: Projeto Vida na Roça, Educação Pública no Campo e Cooperativas de Leite da Agricultura Familair – CLAFs (ASSESOAR, 2002).
     Esses projetos trazem na sua temática, processos educacionais e a preocupação com o desenvolvimento rural. As atividades letivas partem do diagnóstico e pesquisa da realidade, cujo objetivo reside na interação e transformação da realidade pelos sujeitos de forma coletiva. Desse modo, o propósito consiste na formação contínua e continuada de agricultores, incluindo jovens e mulheres, com vistas a ampliar e enriquecer em qualidade e responsabilidade a participação dos líderes nos Conselhos Municipais e outras organizações.

Conclusão
     
     Os exemplos apresentados servem para mostrar a importância da educação na área rural. A versatilidade da educação rural, exposta em suas formas diferenciadas de inserção e integração com o meio rural, comprova a sua característica impulsionadora de ações voltadas para o desenvolvimento das populações locais.
     Essas práticas são importantes para a consolidação da melhoria da qualidade de vida do coletivo rural e instrumentos importantes para a organização comunitária.
     Também se percebeu que é preciso elaborar estratégias educacionais baseadas na realidade de seus participantes e que as atividades desenvolvidas e seu papel na elaboração do conhecimento, detenham uma relação transparente e uma expressão nítida de atividades originadas da própria realidade.
     As lições tiradas de movimentos organizados como o MST, sem dúvida tem trazido bons dividendos para os participantes. Por isso, os movimentos em prol da educação rural, precisam levar em conta uma performance semelhante ao do MST, ou seja, uma educação que tenha como lógica, a inclusão, com fundo democrático e igualitário e que trate com respeito e dignidade as crianças, jovens e adultos do campo, trazendo novos horizontes para as populações que vivem no meio rural.


Referências

ARROYO, Miguel Gonzalez. Escola, cidadania e participação no campo. Brasília: em aberto, 1987.

ARROYO, Miguel Gonzalez et al. (orgs.). Por uma educação no campo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

ASSESOAR. É tempo de reconstruir horizontes. Francisco Beltrão, PR: ASSESOAR, 2002 a 2005.

DAMASCENO, M.N. A construção do saber social pelo camponês na sua prática educativa e política. São Paulo: Papirus, 1993.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1979.

MARQUES, B.M.A. de R.; GUENTHER, Z.C. A educação rural na dimensão ambiental. Lavras: UFLA;FAEPE, 1998.

RIBEIRO, Marlene Ribeiro. Uma escola básica do campo como condição estratégica para o desenvolvimento sustentável. Disponível em www.faced/ufrgs.com.br Acesso em 14/out/2005.

SANDRI, Terezinha e SOUZA, Maria Antônia de. A construção do processo democrático: atores e parcerias na educação rural. Disponível em www.uepg.br/propesp/publicatio/hum/2005 Acesso em 15/out/2005.

SOUZA, Claudia Moraes de. Discursos intolerantes: o lugar da política na educação rural e a representação do camponês analfabeto. Disponível em http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao03/materia02/ Acesso em 14/out/2005.































APÊNDICE


     Os textos apresentados neste artigo podem ser vistos como testemunhas da história da construção de um direito: o direito do povo brasileiro que vive e trabalha no campo à educação.
     Por isso, a importância da educação no campo se reflete na obrigação dos governos federal, estaduais e municipais para seu dever de garantir o direito à educação para milhões de crianças e adolescentes, de jovens e adultos que vivem e trabalham no campo.
     As iniciativas de vários órgãos são elogiosas e por isso, merecem ser registradas, refletidas e mostradas. A educação no campo tem que ser vista como uma prática relacionada à cultura, com valores, com jeito de produzir e com a formação para o trabalho e para a participação social.



























ABSTRACT

The necessity of a joint enters practical the pedagogical one carried through for the school and practical the social ones of the man of the field are of vital importance, therefore it implies in transforming the school into an instrument that operates the entailing of universal knowing, with alternative knowing that it comes being gestado in practical the social ones. In this direction, this article has as intention, to examine the importance of the education in the agricultural way, leaving of theoretical analyses and showing some examples that certify this importance. The subject is excellent, therefore it allows to know what he is being made in the practical one, as the School of the Movement of the ones without Terras (MST), the project "Sustainable and Solidary Development", elaborated for the Federacy of the Workers in the Familiar Agriculture of the South Region - Fetraf-south, amongst others. All these movements certify the importance of the education in the agricultural area, that does not have to be goal only of particular entities, but as an obligation of the governments federal, state and municipal.
Word-key: importance, education, agricultural way, movements.



     


Biografia:
Sou pesquisador científico há vários anos e possuo conhecimento sobre diversas áreas.
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