Menina de cabelos longos
das Minas Gerais.
Preferidos, os passeios rurais.
Nesse domingo, certamente, alegria conferia.
A viagem em familia
ao sitio da querida tia Iolanda
assim seguia.
A saída madrugueira,
quando o Sol ainda adormecia.
Abençoado trajeto já se sabia.
Em cada parentesca casa,
benvindo familiar na carroceira
da camioneta do pai,
de pronto subia.
Por estradas de terra,
a turma reunida se comprazia.
Na bagagem, amor de família,
amor a Natureza, pães,
brevidades e balas de côco.
Prosas animadas, incessantes,
salpicadas por gostosas risadas,
não davam vez ao silencio.
No caminho, sequencia das porteiras,
delimitadoras de incontáveis sitios,
brincadeiras a cada parada
do abre, passa e fecha.
Ao som das gargalhadas,
o premiado que corresse,
senão ficava para trás.
Regra social do lugar.
Quieta num canto
a menina assistia admirada,
o verde desfile das galhadas
sob raios do Sol
que nas alturas percorria.
E ela mal entendia,
era o amor a Natureza
que por toda sua vida
a acompanharia...
Na chegada ao sitio,
a parada pontual,
debaixo do imenso Flamboyant .
E lá embaixo, atravessando o curral,
ladeado pelo coqueiral de Macaúbas e Buritis,
já vinha a comitiva de sorrisos recepcionar.
Em destaque entre os primos e tio,
a tia Iolanda sempre de saia e blusa ou
vestido, jamais de calça comprida, costume de
geração,em seus marcantes passos próprios de
sua mansidão...
Nos fundos da casa,
dispensa carinhosamente abastecida,
bolos, biscoitos, doces caseiros, abóbora
mamão, doce de leite e queijo fresco.
Do cardápio do almoço, nem se fale...
Ansiosa a menina já contava com as frutas do
pomar,passeio a cavalo, caminhada em grupo de
crianças pelos pastos, matos e córrego do
lugar.
O amor ali era simplesmente natural ...
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