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Resto de nada
Maria

Quantos de nós sentem-se assim, um zero à esquerda, um zé ninguém. Um farrapo, um trapo. No entanto para Deus temos muito valor. Ele pode tirar os nossos pés da lama e os colocar em rocha firme. É só confiar e deixar-se cuidar.


Um resto de nada
vagando incerto
pela rua
tentando encontrar,
algo que arranque
essa dor, essa aflição.

Um trapinho de pano
arrancado de um vestido
até bem colorido
que um dia a lama sujou.

Sou fruta podre
jogada no cesto
por engano pelo colhedor
que sua podridão
ainda não viu.

Sou caso perdido,
pássaro ferido,
todo combalido
voando nas asas do vento,
sempre em contramão.



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