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Tecido
Júlio Cezar dos Reis Almeida

A aranha tece o fio e a teia
No compasso silencioso do passar do tempo.
O fio quase invisível é prova física
Da existência do tempo.

Entre um e outro fio de sua teia
Brota este pensamento:

-Será que a aranha tece o fio
Como o coração tece o sentimento?
-Será que a trama desse fio
É como a trama do sofrimento?
Enquanto a aranha tece o fio,
A natureza tece o tempo...
O poeta tece vago sentimento.

Todos têm a mesma espessura,
Todos breves como o átimo
Que dá consistência ao momento...

O homem passa e não percebe o fio da vida
Na teia do tempo.

A vida passa
E não nos damos conta da tecedura do tempo.

O poeta escreve
E não se dá conta da trama invisível
Que dá vida ao pensamento.

De repente,
O poeta compreende que o verso é como o fio
Que a aranha tece,
Indiferente ao tempo.

Alheia,
A aranha tece o fio e a teia
Enquanto o dia tece seu próprio movimento.

Absorto,
O poeta tece o fio tênue por onde escorre
A química do sentimento.

Questiona-se o poeta:

-O que une tão diverso e complexo maquinário?
A intuição lhe responde com vago pensamento:
O visgo da vida... A breve existência... O frágil momento...
O eterno desejo... O fugaz contentamento.

O fato, compreende o poeta,
É que o tempo e a existência têm seus próprios movimentos...

Indiferentes à teia,
Alheios ao homem,
Impassíveis ao sofrimento.

O homem sonha e nessa frágil dimensão encontra sentido
Para a existência e bálsamo para o sofrimento.
Questiona-se o poeta:

-Mas qual será o remédio da humanidade?
Tempo,
Tempo...
Tempo.


Biografia:
Nascimento: 27.07.1956; Feira de Santana , Bahia.
Número de vezes que este texto foi lido: 61658


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