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OUTRA VEZ TEUS OLHOS
Leonardo de Souza Dutra

Quando em acalanto
Surgir teu olhar
Na brisa morna estiver
Estendido meu corpo,
Sangrarei.
                        
E teu olhar passar
Como sombra de imagem tua
Aquele que em rubra imagem se desfez
Voltará à vida.
                        
Se houver distância
O teu meigo olhar transformará
Apenas um estender de mãos,
Não haverá lágrimas, pois elas
Por ti foram levadas.
                        
Mas se estendido sobre pedras           
Encontrar-se meu corpo
E nessa árida melancolia
For tragado pelo ocultar de teus olhos
Deixar-me-ei imolar como PrometeU
Acorrentado ao seu destino de pedra.

E já sem poder formar meu sonho
Sonharei o teu,
E me farei assim
No encanto de poder
Encantar meu porvir.
E se um dia voltar a ver teu olhar sobre o meu
Ressurgirei...
Farei dos teus os meus
Quando o teu olhar surgir outra vez.



Biografia:
Sou poeta, escritor, professor da Faculdade Escritor Osman da Costa Lins - FACOL, Servidor Público Federal da FIOCRUZ, Bacharel em Ciências Jurídicas, Auditor, Especialista em Gestão Pública Municipal - UFRPE. Amante da vida nascido da constelação zodiacal de aquários, natural da terra do frevo e do maracatú, Recife - Pernambuco. Mas quem sou eu? Sou os livros que li, Sou os momentos que vivi, Sou a infância vivida, e a vida repartida entre o desejo de ser e permanecer, Sou os amigos conquistados e os beijos roubados de sonhos que já sonhou, Sou a lágrima chorada, sou a tapa da cara que o outro lado virou, Sou da pedra que apedreja a morte que não enseja a dura sombra da dor. Sou o teu riso que belo afaga a face Da tua cara, quando da mão que acalenta amor. Sou o amor que dei, e os amores que não sei, As viagens que em grandes rios naveguei. Sou assim a vida que vaga. Na busca de tua vida para poder viver no mais o teu amor. Sou eu... Leonardo Dutra
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