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Dez, dois e agora, um minuto. Não é.
José Cas

Dez, dois e agora um minuto. Não é.

Normal acordou do mesmo jeito de sempre, arrependimento, culpa de não saber o quê; Vem a música de fundo, que ouviu algumas vezes e já sabe canta-la, mas quando pediam, no caso ele mesmo, não sabia cantar, aliás, não é músico. Como pode ser?
Tem um belo instrumento que poderia fazer jus a ele, mas não faz, o aprecia e talvez, prefere outros. Como sempre, ou algumas vezes, Normal é levado. Não importa. Voltando ao acordar, ele acorda e se levanta como todos fazem, e com aquela ansiedade que o acompanha desde sempre vai. E quando vai, vê e já está sobre a privada para cagar e até esquece que tem que fazer a bela necessidade para não inchar. E o que pensa? Nada, só vê seus pés com unhas cortadas e isso já lhe puxa algo. Puxa para as cervejas que tomou na noite passada e a sinuca que perdeu e grilou. Isso é bom, muito bom, pensa. E estava com seus amigos, todos rachavam, bêbados, contavam histórias, lembravam de outras merdas, e perdoavam outras. Suspira como sempre, e relaxa, e sai. Como fede e já dá a descarga para o cheiro não ficar no banheiro, já sabe como é, tem isso como uma habilidade. Voltando, ao acordar. Acorda, arrependimento, ansiedade e culpa, vê? Não há motivo, se essa é a palavra certa para isso. Há cerveja, sinuca, amigos e quando se tem, algumas mulheres, e como são belas, mas na maioria das vezes são só olhadas e apreciadas e esquecidas na noite dormida.

Normal acorda, caga, arrepende, pede perdão, toma banho, se lava, banho é isso. Quando vê, está doente, doente por se arrastar nisso, mas quando vê que escreve sobre, tira um peso, e foda-se! quem disse que é sua terapia?. Só não é. Como são dez, dois e agora, um minuto e menos para acabar e se acaba...está aqui e não tem o de sempre, o normal.


Biografia:
Ainda não está pronta e quando estiver, certeza que será incompleta.
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