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A Morte e a Sorte
Alan Daniel de Brito Mello

Quando olhar a morte nos olhos
Terá a sorte de tê-la encontrado
Sorte, morte, são palavras irmãs
Que sobressaem na poesia.
O fato delas rimarem não
É o principal motivo desse curioso parentesco.
Elas são o destino e o final de todos nós.
Uma vem do acaso; o eldorado que procuramos;
O desejo do inalcançável; a esperança há
Bater na porta, e dizer:
- Você acaba de ganhar um milhão de reais!
Aí, nesse momento,
Todas as imagens são paralisadas ,
Todas as veias e artérias do nosso corpo
Entram em elevada excitação, o sangue
Cora a face:
É chegada a hora! ( pensamos sem exitar)
Muitos aguardam por tal fato a vida toda
E muitos outros morrem sem atingir esse objetivo
A frase já está há ser vomitada com orgulho
Pelo ser que pode dizer agora com toda sua força
Num uníssono canto em “DÓ”maior, e essa é a melhor nota,
Dizer a tão sonhada frase:
- NOSSA MAIS QUE SORTE, DEVE SER O DESTINO!!!
Ah! Que mera ilusão.
Como pode a junção de algumas palavras
Ser tão maléfica no sentido da esperança.
O casamento gramatical é a mais
Cruel das uniões.
Sinta-a mordendo a consciência.
As palavras não nascem grudadas
Mas permanecem unidas.
São solitárias, quando as convém,
Querem enamorar
Possuem formas autônomas
Traduzem os sentidos ocultos
Externalizam o interno
Eternizam o bem
São impróprias para menores
Mal vistas pelos jovens
Vulgarizadas pelos adultos
Proféticas pelos velhos.
O todo poético nos mostra a beleza:
As formas voluptuosas, lascívia essência,
Moldes lisos à turquesa, sorrisos fascinantes,
Impropério do ser-para-conhecer,
Suspiros ao tom delicado da donzela,
Cordialidade que juras necessário,
Tradições tradicionalmente traduzidas.
Mas se a disseco nos cortes do grafite
Se a desvirgino no seu sentido
Parece-me confusa, fraca, lânguida
Digna de dó. Aquela que antes parecia
Um pórtico inabalável, se tornou um
Pequeno ruído no espaço vazio.

Morte, a única certeza do homem
Filosoficamente explicada por tantos,
Sensatamente compreendida por poucos.
Palavra interessante esta,
Basta-me corta-la com lampejos
De Diamante para o seu aceitamento
Ser considerado.
E você, amigo leitor, que se dispõem a ler
Esse confuso estilo literário que nem eu mesmo
Consigo compreender. Há de concordar com o que escrevo
Quando digo que a MORTE e a SORTE são mais do que irmãs,
Mais do que amigas,
Mais do que namoradas.
São na verdade a mesma esfera de raciocínio,
A mesma mão que julga e perdoa,
O mesmo pecado que abençoa,
A mesma poesia narrativa
A mesma narração poética.
O que as faz distintas
É apenas uma letra que sozinha
É insignificante.
Se Digo (S)ORTE, OU (M)ORTE
Refiro-me ao todo sentido
E não a parte obscuro.
Da próxima vez que encontrares com a morte
Ao invés de lamentações e desenganos
Beije-a e diga:
Boa Sorte!

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