LAMENTAÇÕES
Neste momento incontido de dúvidas atrozes
Que no tilintar de vozes enaltece as paixões
Permeando temores da volta de algozes
Que minavam a vida no ventre e no chão.
Surpreende o silêncio dos atores de agora
Frente a ira insana da mordaz supressão
Que constrói como outrora obscuridade na alma
Semeando as trevas nesta pátria, neste chão.
O que esperar do porvir se nas praças, nas ruas
Não se vê como outrora, o sonho de então
Que fazia da práxis a razão do existir
Transformando o caos em semente e em pão.
Não olvide do poeta, o vislumbre do amanhã
Que no prenúncio indicava dúvida e lamento
Indicando caminhos pela luta e afã
Inseridos na história, na glória e no tempo.
O que dizer da experiência de sofrimentos incontidos
Da intranquilidade do ser no envolvimento de agora
Que descortina movimentos de minorias seletas
Subtraindo das experiências, lutas e vitórias.
E já não posso contemplar na ira
O sonho do grande poeta.
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