São nítidos os percalços que assolam o sistema carcerário no Brasil e suas respectivas reverberações nas esferas social e político-econômica. Em sua obra "Vigiar e Punir", o filósofo francês Michel Foucualt propõe uma perspectiva panóptica em relação às punições, visando o gerenciamento da criminalidade pelo sistema penal ao invés de exterminá-la. Leva em consideração as práticas e ascensão de classes no modelo ocidental, permitindo assim, uma análise sobre a situação em nosso próprio país.
Conforme uma pesquisa publicada em 2015 pelo Anuário brasileiro de segurança pública, 50% dos brasileiros concordam com a frase "bandido bom é bandido morto". Contudo, é perceptível a distorção da verdadeira finalidade atribuída ao sistema prisional, que consiste preponderantemente na reabilitação dos detentos para a reinserção dos mesmos no meio social. Percebe-se que a maior população carcerária brasileira, encontra-se no estado da Bahia, e em diversas unidades, é permeada por facções, fato que eleva consideravelmente os prejuízos financeiros arcados pelo Estado.
As condições relacionadas à saúde e convivência no ambiente carcerário são alarmantes. Em 2014, 56% dos 1517 casos de óbitos registrados em determinada região, foram motivados por doenças, sendo HIV, Sífils e Tuberculose as líderes nas estatísticas. Verifica-se também a degradante infraestrutura nas alas femininas, a escassa adaptação dos sistemas em relação ao acolhimento da absurda quantidade de detentos e inclusive casos de violência extrema e canibalismo, que colocam a vida do indivíduo em risco.
Atualmente, o sistema carcerário é encarado como desumano e ineficaz. Desde os primórdios, a necessidade de punir, manifesta-se nas sociedades humanas e caracteriza-se como processo intrincado em outros setores. Para modificar a realidade dos presídios brasileiros, é fundamental o investimento na base de tudo: a educação, além do apoio psicológico aos jovens, suporte familiar e incentivo à conscientização, de modo que mobilize a sociedade e todos os responsáveis pelo futuro da nação.
|
Biografia: Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. |