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A HISTÓRIA DAS CIDADES VIII
O EFEITO DA MODERNIZAÇÃO URBANA II
DAVID DE AZEVEDO CONCEICAO

Segundo Silva (2009), o comércio possibilita um grande crescimento econômico de uma cidade, esse processo de trocas diretas ou indiretas é uma atividade bastante antiga.

O comércio é uma atividade econômica que atrai pessoas de diversos lugares através do consumo, a partir de uma atividade como essa, é que as cidades começam a se desenvolver, se faz necessário uma ampliação desses locais para acompanhar o desenvolvimento e a instalação dos empreendimentos, com isso, a população também cresce, e a cidade se torna um atrativo para o investimento e a construção de diversos outros estabelecimentos, inclusive shopping centers, com isso gerando empregos e aumentando ainda mais o desenvolvimento da cidade. Para Nanci:

Dentro da metodologia do planejamento da paisagem a principal ferramenta é a espacialização dos atributos ambientais para posterior análise sistêmica. A preocupação é, portanto, aglutinar o máximo de dados cartografáveis da área de estudo para posterior cruzamento e elaboração de uma carta de qualidade ambiental [...] com propostas de ordenamento do meio (NANCI, 2000).

O comércio é uma das principais atividades que transformam o espaço, pois está ligado diretamente a economia daquela região, quanto maior e mais desenvolvido forem as atividades, maior vai ser sua economia e por consequência a cidade passa a crescer, tanto economicamente quanto geograficamente.

Os shopping Centers estavam em grande disseminação em todo Brasil, mas, devido à crise atual essa expansão vem diminuindo. Reúnem centenas de lojas em um só lugar, incluindo praças de alimentação e diversos entretenimentos onde se torna um dos principais espaços de consumo e lazer.

Os primeiros grandes centros de compras eram situados nos pontos centrais das cidades, birros nobres, regiões onde se tinha um grande fluxo de pessoas, locais populosos, mas posteriormente foi ficando mais difícil encontrar grandes áreas de terra para a construção desses empreendimentos, e com isso, foram se deslocando para regiões mais distantes dos centros comerciais, porém com fácil circulação, a localização de um shopping center é ponto primordial para a sua construção e o sucesso de um grande centro de consumo.

O Partage shopping, em seu primeiro momento, foi um espaço onde se caracterizava uma grande segregação social, era um local que predominava a elite da sociedade, hoje é possível observar que as camadas mais baixas da sociedade já estão ganhando espaço, apesar que há uma dificuldade de acesso devido a sua localidade ser bastante afastada do centro da cidade, portanto, as parcelas da população que tem mais facilidade de acesso são aquelas que possuem transporte, seja carro ou motocicleta. Para Monneti:

Pressionados pelo intenso desconforto ocasionado pela saturação das áreas dos centros comerciais originais, a população foi transferindo, paulatinamente, seus hábitos de compra para os novos centros, planejados, especificamente, para esse público. (MONNETI,1996)

O shopping center é um espaço, local ou estrutura onde se reúnem diversas lojas dos mais variados segmentos, desde calçados e roupas a centros de convivência e lazer. O shopping mais antigo do mundo, data aproximadamente do século X.A.C, e é conhecido como Grande Bazaar, fica localizado no Irã e tem por volta de 10 quilômetros de extensão e todo coberto1. Os Shoppings Centers surgiram nos Estados Unidos, na década de 50, estabelecendo modelos estruturais e operacionais que foram copiados, de imediato, pelos demais países. (Moacyr, 1999)

É sabido que os shopping centers são ícones da modernidade e do consumo, são espaços que proporcionam segurança para seus frequentadores, é visto segundo Padilha (2006), como locais chamados de “cidades artificiais”, ou caraterizado como “mundo de dentro”, onde estamos “protegidos” das intemperes do “mundo de fora”, da violência, e de todos os incômodos causados por ele, portanto, são espaços caracterizados como “não reais”, locais onde se tem um deslumbre do que seria a “vida perfeita”, sem preocupações, sem problemas e sem o perigo que estamos sujeitos fora das paredes de um shopping center. Segundo Rocha Lima:

Os shoppings centers são elementos de altíssima rigidez, na medida em que os investimentos para implantação estão fundamentados em edifícios de quase nenhuma capacidade de reciclagem funcional e são aplicados para retornos em horizontes longos, períodos em que se exige que o shopping center avance na sua penetração no mercado alvo, para manter o padrão de desempenho que signifique a sustentação da taxa de retorno esperada para investimentos, quando se tomou a decisão de empreender (ROCHA LIMA,1996).

A modernidade vem ditando o padrão para os novos estabelecimentos hoje construídos, ao entrarmos nesses locais, tomando como exemplo o Partage ShoppingMossoró, procuramos o conforto, a beleza tal como a praticidade em encontrar tudo que precisamos em um só espaço.

Um dos principais objetos de estudo dos estudantes de geografia é analisar as dinâmicas existentes dentro e fora de uma cidade, da sociedade em geral, como migrações, população, dentre outros, e um empreendimento como Shopping Center envolve várias dessas dinâmicas populacionais, como o Partage Shopping Mossoró é um dos maiores da região, pessoas de várias cidades vizinhas vem consumir e usufruir desse espaço. A construção de um empreendimento como este traz diversas mudanças para a cidade, podemos tomar como exemplo a valorização de toda a área ao redor do shopping, foram construídos diversos outros estabelecimentos como, condomínios horizontais e verticais e estabelecimentos comerciais.

O shopping center terá sua melhor inserção de mercado, quando, no planejamento, for cuidadosamente identificado o referencial de qualidade que o público alvo do empreendimento estabelece para este (ROCHA LIMA, 1996).

Observando do ponto de vista do empreendimento, a importância do Partage shopping para o meio urbano se configura por diferentes pontos como, a eficiência dos shoppings centers está ligado pelas diferentes organizações envolvidas com o mesmo, empresas de construção, empresas de segurança, ou seja, vários outros setores são envolvidos direta ou indiretamente para que os shoppings center funcionem corretamente, isso gera lucro para as empresas e consequentemente para a cidade. Do ponto de vista da cidade, é interessante que esses empreendimentos trabalhem em conjunto com o shopping e sejam eficientes, ou seja, que tenham sucesso comercial e estabilização financeira, com isso contribuem para a geração de empregos, arrecadação de impostos e contribuindo para o desenvolvimento como um todo da sociedade. Para Monetti:

Além dos aspectos arquitetônicos e mercadológicos que diferenciam os shopping centers dos demais centros comerciais, o padrão de sua operação depende de uma relação harmônica entre lojistas ou prestadores de serviço e o empreendedor, o que demanda a existência de uma “amarração” jurídica para respaldá-la. (MONETTI, 1996)

Numa perspectiva mais ampla, esses grandes centros comerciais auxiliam na expansão urbana dos territórios, no que diz respeito ao PartageShopping, a partir dele, a área envolvida foi sendo urbanizada por diversos outros empreendimentos como novos centros comerciais e condomínios horizontais, e houve um grande aumento na valorização dessas áreas. No momento da implantação de um shopping center, também é de grande importância verificar a distribuição da acessibilidade dos diferentes grupos sociais a esse local, construção de estradas, implantação de linhas de transporte público.

BIBLIOGRAFIA:

BOBBIO, Norberto; MATEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 11. ed. Brasília, DF: UNB, 1998.

CARLOS, Ana Fani Alessandri. O Espaço Urbano: Novos Escritos sobre a Cidade. São Paulo: Labur Edições, 2007.

CALLAI. Helena C. A formação do profissional da geografia. Ijui: Ed. UNIJUI, 1999.

LACOSTE, Yves; Geografia do subdesenvolvimento. 7. ed. São Paulo: Difel, 1985.

LOPES, Diva Maria Ferlin. Cidades pequenas são urbanas? O urbano possível. [2010]. Disponível em: <http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2010/docs_pdf/eixo_2/abep2010_2051.p> Acesso em: 04 OUT. 2018.




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