Há cães que não ladram, mas mordem
E, à rigor, lambem os ossos.
Há gatos que miam tanto e, à critério,
Só para serem vistos.
Há quem, por livre escolha,
Não ame a ninguém
Mas, cotidianamente,
Lambe a mão de muita gente.
Há pessoas que não roubam, nem furtam
Mas, efetivamente,,
Sentem intensa solidão.
À noite, todos os gatos parecem ser
Eminentemente pardos...
Há quem diga estar acordado
Mas dorme, confortavelmente,
Um profundo sono.
Há quem pense que todos dormem,
Distraidamente, mas sempre tem
Alguém acordado.
Há cães que fingem defender,
Submissamente, o dono,
Latem, não mordem
E se dão muito bem.
À noite, todos os gatos parecem ser
Eminentemente pardos e sombrios.
Se os cães latem, mas não mordem,
Gatos pardos dominam e fazem a festa!
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Biografia: Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências, Lâminas e Recortes e O Menino de Tupã.
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