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O Anjo do Passado
Capítulo 2
M. Fernando

__ Fecha a porta. – Mark falou depois de entrarmos na sala dele. Fechei a porta e vi o sentar-se em sua cadeira que antes era ocupada pelo seu pai.
__ Sente-se. – Ele apontou para uma cadeira a frente da sua mesa e assim eu fiz.
__ Seu trabalho, Victória não será diferente do que você fazia na vice-presidência, mas isso não quer dizer que sua responsabilidade não aumentará, vou precisar mais de você de que qualquer um. Então também espero que seus horários sejam flexíveis. – pensei na minha rotina corrida e maluca e sorri amarelo. – Você começa comigo na segunda, mas quero que você troque de sala e fique naquela ali. – Ele apontou para uma pequena sala que fica dentro da presidência ela tem cores pastel, uma mesa, computador, uma janela e alguns arquivos. Olhei desanimada, já estou acostumada com a minha sala, lá é maior e mais ventilado e eu fico perto da Camila, mas não pude dizer nada somente assenti. – Preciso que fique o mais perto de mim que possível. Agora você é o meu braço direito.
__ Sim senhor, algo mais?
__ Sim. – ele abriu a gaveta e pegou de lá um caderno pequeno. – Essa aqui é minha agenda. Nela tem marcado todos os meus compromissos, e alguns telefones pessoais. Passe tudo para o computador bem organizado e depois me devolva. ¬– Me entregou a agenda. – Pode sair. – Falou seco sem olhar para mim.
__ E então, como foi? – Camila me perguntou assim que fechei a porta do meu novo chefe.
__ Normal. Mais trabalho, mais responsabilidades, uma rotina apertada, e um chefe exigente. – Me movi até a minha mesa seguida por minha melhor amiga.
__ Normal? Se fizesse tudo isso, estaria no fim da vida. – Disse abismada.
__ Acredite, estou quase lá. – Arfei me sentando na minha cadeira. Camila se aproximou de mim encostando-se à mesa. Ela é uma mulher bonita, cabelos longos e escuros, rosto pequeno, olhos claros, alta e com corpo esbelto como de uma modelo. Já eu, sou baixinha, não diria que sou gorda, mas também não sou magra, tenho os cabelos longos e um pouco ondulados por gostar de fazer tranças nele, tenho um rosto pequeno de pele clara e olhos em cor de café.
Liguei o computador para dar inicio a incumbência de Mark. Comecei a digitar o conteúdo da agenda no Excel em forma de planilha para ficar mais organizado. Realmente estava tudo bagunçado com riscos e setas e uma letra quase impossível de decifrar.
__ Você precisa cuidar mais de você, sair, se divertir, tirar um tempo para você, fazer compras, vai te fazer bem.
__ Mas, você sabe que...
__ Há não! Nem vem com o seu discurso de sempre por que eu já decorei e ele não faz sentido. – Camila me cortou.
__ Não é discurso Mila, é a minha realidade e você sabe disso. Eu tenho que trabalhar para manter a mim e o Angelo. Não é fácil ser mãe solteira, você sabe quanto custa só à escola dele? Fora os outros custos que se colocar na ponta do lápis eu nem sei como consigo.
__ Simples, você é uma excelente economista. Mas, sabe? É ótimo ser sua amiga por que faz minha vida parecer perfeita.
__ Que bom para você. – Falei com escárnio sem dá muita atenção
__ Que horror! Sua tristeza é tão triste que chega a ser contagiante.
__ Isso é fácil de resolver. Está vendo aquela mesa ali? – apontei. – Ela é sua, vai lá trabalhar e me deixa aqui com a minha depressão.
     Ela levantou a mão em sinal de rendição e retirou seu corpo de perto de mim. – Mas, ainda não desistir. – Ela disse um pouco alto por conta da distancia. Revirei os olhos, neguei com a cabeça, e me concentrei no que fazia.
     Aquela sexta-feira passou ridiculamente de vagar. Nunca tinha visto meus colegas trabalharem tanto. Muitas pessoas entraram e saíram da sala do Mark, eram os ex trabalhadores do banco, foram demitidos. Fiquei triste por alguns, eles tinham famílias para manter, mas existe uma lei que diz que “o que se planta, colhe” e infelizmente existem os que a ignoram e tentam se safar.
     Nesse dia tirei a sorte grande, não tenho mais nada o que reclamar, estava sem muito trabalho e finalmente depois de quase quatro anos não vou levar trabalho para casa no final de semana. Minha missão era tentar descaçar o máximo, por que tenho certeza que segunda vai começar mais uma guerra, a odisseia; cuidar da casa, do filho e trabalho e mais trabalho, esse é o resumo perfeito da minha vida.
__ Vamos? – Mila me perguntou sorrindo já pronta para ir para casa.
__ Sim.
__ Vamos sair? – Peguei minhas coisas e andamos juntas até o elevador.
__ Você já sabe minha resposta.
__ Pelo menos jantar fora nós três. – Insistiu.
__ Em quatro anos eu vou cedo para casa e não estou levando trabalho para lá. Eu só quero cama.
__ É muito chato ser você. – apertou o botão do térreo e o elevador começou a se mover.
__ Que bom que você é minha amiga. – Ironizei.
__ Exatamente. Já ouviu falar de “quem avisa amigo é”?
__ Não sei se isso aplica a essa situação.
__ O que vai fazer amanhã então? – o elevador se abriu.
__ Compras...
__ Sério? Por favor, por favor, eu quero ir junto. Finalmente.
__ De supermercado.
__ Credo! Vá sozinha.
__ será se a tia perfeita pode cuidar do seu sobrinho adorável enquanto eu faço isso? – Falei já na porta do meu carro e ela no dela.
__ Agora eu sou perfeita? Hoje mais cedo eu era a relapsa.
__ E é mesmo, mas agora eu tenho que te elogiar para você fazer oque eu quero.
__ E você ainda admite?!
__ “Quem avisa amigo é”.
__ Okay sua chata, eu vou.
__ Então até amanhã amiga.
__ Tchau.
     Saindo do prédio da empresa com um transito ameno fui buscar meu filho na escola.
__ Mamãe. – Disse alegre em me ver.
__ Oi amor, como foi o dia meu príncipe? – Me abaixei e abracei-o no portão da escola.
__ O de sempre, mas eu estou feliz em saber que amanhã não tem aula.
__ Eu também estou feliz em saber que não tenho que ir ao trabalho amanhã.
__ Não vai para o banco, mas vai trabalhar com casa. – Falou triste abaixando o olhar.
__ Não, mamãe não vai trabalhar esse fim de semana. – Falei ainda abaixado.
__ Sério? Sério mesmo? – Levantou os olhinhos negros penetrantes sorrindo
__ Sério mesmo. – Também sorri.
__ Então quer dizer que vamos poder sair juntos e nos divertir como mãe e filho? – Continuei sorrindo com os seus planos.
__ Sim, e vamos fazer o que você escolher fechado?
__ Fechado. – Batemos nossas mãos e ele sorriu lindamente para mim.
__ Senhorita Cody?
__ Sim? – Me levantei e apareceu o Natan, professor de matemática do Angelo. – Como vai professor?
__ Bem, mas pode me chamar de Natan e como você está?
__ Então nesse caso pode me chamar de Victória e estou muito bem, obrigada. – Sorrimos um para o outro. – Mas, em que posso ajudar? Aconteceu algo com o meu filho?
__ Não, ele é um menino de ouro, meu melhor aluno e não só meu, ele é o queridinho de todos os professores.
__ Eu disse! – Angelo falou.
__ Isso é ótimo. – Disse.
__ Ér... Na verdade eu queria... – Falava desajeitado – quero dizer, quero saber se...
__ Se minha mãe quer sair com o senhor? Claro que sim.
__ Angelo! – O repreendi.
__ Mas, é isso mesmo, não é professor?
__ Meu filho, por favor.
__ Não precisa se irritar com ele. – Passou a mão nos cabelo cacheados do meu filho. – Angelo está certo, eu quero mesmo saber se você aceita sair comigo.
__ De novo, eu disse.
__ Angelo vai para o carro. – o repreendi.
__ Mas...
__ Nada de “mas”, vai.
__ Está bem. – Começou a andar resignado.
__ Desculpas. – Falei sem jeito.
__ Não tem problemas, ele é um menino muito imperativo e na verdade eu o adoro. – Sorri sem mostrar os dentes. – Mas, então qual sua resposta?
__ Ér... Na verdade eu não sei, eu sou muito ocupada. Tenho muito trabalho e...
__ Tudo bem. – Me cortou desanimado, me apenei.
__ Mas, podemos trocar telefones e quando tiver um tempinho nós marcamos.
__ Sério? Claro que sim, podemos fazer isso. – Falou animado e nós trocamos os nossos números.
__ Então, até mais. – Falei.
__ Sim até. E eu vou ficar esperando você me ligar. – Se aproximou de mim segurando minha nuca e me dando um beijo na bochecha. Sorri sem graça caminhando e entrando no carro. Angelo estava na janela observando tudo.
__ O que aconteceu? Marcaram um encontro? Já estão namorando? Vou ter um papai? – Sorri com a empolgação e a rapidez com que ele falava. Porém, me segurei, pois ele tinha se comportado mal.
__ Filho, quantas vezes já eu disse para você não se intrometer na conversa alheia? É falta de educação.
     Coloquei o sinto de segurança e comecei a manobrar saindo do estacionamento e dirigindo rumo a minha casa.
__ Perdão mamãe, mas é que estou feliz eu realmente gosto do professor Natan, ele é maneiro.
__ Está perdoado, mas não faça de novo e nós não marcamos nada ainda e não quero que crie falsas expectativas que eu vou namorar com ele e me casar e ele vai se converter no seu pai.
__ Mas, seria legal eu ter um pai como todos os meus colegas.
__ Você é diferente de todos eles e você sabe disso.
__ Isso é verdade, eu não me lembro de nada antes da senhora me encontrar. – Falava triste, quase chorando. – Mas, eu devia ser muito ruim por que meus pais não me quiseram.
__ Não fala isso filho, você não sabe o que aconteceu com os seus pais, pode ser que eles não tinham condições para cuidar direito de você e te dar um futuro melhor, e te colocaram em um abrigo para você ser adotado. – Menti, não havia sido assim que eu o encontrei.
     Chegamos a casa, descemos do carro e entramos na nossa residência.
__ É a senhora pode estar certa, de qualquer modo estou feliz de ter sido adotado pela senhora.
__ E eu mais, você é a alegria da minha vida. – Sorrimos um para o outro. – Agora vai tomar banho.
__ Já estou indo.
     Caminhou com sua mochila nas costas até seu quarto, quando entrou fechou a porta e minutos depois escutei o barulho do chuveiro. Também fui para o meu quarto tomar um banho longo e relaxante como a muito não fazia.


Biografia:
Imagine que depois de muito procurar pelo seu talento você finalmente o encontre... A alegria é imensurável por saber que finalmente saber o seu lugar e o que deve fazer no mundo... Encontrei o meu... Escrever não é só um gosto ou um hobby, é o que me define!
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