Não roube do tempo
o que o tempo de sobra te dá,
a música do vento,
o barulho do mar...
Nem finja sentir o que sentes devera,
dar e receber é dote que te consome;
teu espírito é o que evolui nesta era,
fica e perpetua, esquece teu nome...
Não salve quem morre por dever,
a raiz que envelhece, a velha cotovia,
o ancião que viu Deus nascer,
nem a mesma e sempre e nova poesia...
Não sirva água a quem morreu de sede,
não dê pão a quem o fabrica por amor,
olhe pela persiana e, ao passar, vede
quem ceifa e quem planta a flor...
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